Curtindo a ETFAM adoidado: 1988–1991: História e Glória do Curso de Mecânica

Sem saber qual rumo tomar depois de terminar seu Primeiro Grau (atual Ensino Fundamental), o adolescente Carlos Henrique não sabia se continuava na mesma escola ou se mudaria para outra, pois sempre estudava perto de sua casa. Sua mãe resolveu inscrevê-lo no minivestibular da Escola Técnica Federal do Amazonas (ETFAM), dando-lhe a notícia. Surpreso, porque nunca ouvira falar dessa escola, Caíque gelou duplamente: não sabia andar de ônibus sozinho; e o pior, não sabia onde ficava. Só conheceu mesmo o local no dia do exame.

A aprovação não seria o maior dos desafios, pois carregaria outros consigo: depressão, ansiedade, insegurança, nervosismo, medo e fadiga crônica para as aulas – desde o começo ao fim do curso técnico de quatro anos. Caíque nunca imaginou que a Escola Técnica seria uma das melhores lembranças de sua vida, razão maior de “Curtindo a ETFAM adoidado: 1988-1991: História e Glória do Curso de Mecânica”, que pretende relembrar um pouco dessa doce lembrança. Tadros Roberto, colega de Caíque, ratifica o mesmo pensamento, considera que foi “uma espécie de anos dourados do final dos anos oitenta e começo dos anos noventa, meio… estilo doidão”.

Muito além de ser ambiente escolar, com disciplina, normas e regras internas, currículo formal e “oculto”, a ETFAM foi palco de transição adolescência-juventude vivida, presenciada e narrada por Caíque, tendo como personagens seus colegas das turmas “A” e “B” do Curso de Mecânica, entre outros, cujos relatos descrevem a conduta, comportamento, cultura e cotidiano dentro e fora da sala de aula, desde brincadeiras ao amadurecimento necessário para o mundo do trabalho, mesclando curtição e responsabilidade.