CÚMPLICES INSONES DE NOITES INSANAS

Em “Cúmplices Insones de Noites Insanas”, os personagens, homens e mulheres, jovens e idosos, passam por momentos decisivos, tendo suas vidas transformadas por eventos que serão alicerces para uma nova fase. São fatos comuns aos seres humanos, como o momento de parar de trabalhar, um sonho que nunca mais será realizado, a despedida final de um ente querido, a descoberta de um segredo da pessoa mais amada.
A força do livro está nas cenas do cotidiano, de sonhos e delírios, atravessadas pela urgência do tempo, como em uma história que se passa na pandemia, e até pela suspensão do tempo, em outro texto, em que se dá a espera de algo que parece nunca se realizar. Tudo é possível, porque vivenciar e superar a dor é uma das capacidades que nos torna humanos em qualquer época e lugar. E o leitor, a leitora vai se identificar com os personagens, sentir seus dramas, refletir sobre a imponderabilidade do tempo.
A obra está dividida em duas partes, “Dos cúmplices insones” e “Das noites insanas”, cada uma delas aberta por uma bela ilustração e um poema. Trata-se de uma sequência bem estruturada, uma teia de histórias de realidades as mais diversas. A cumplicidade é bem marcada nas histórias de amor e outros relacionamentos familiares trazidas no livro, somente igualada pela insanidade, que se apresenta para alguns dos personagens, tornando a unidade do livro ainda mais instigante. Pois qual o cúmplice que não tem seu momento de insanidade?
O título faz referência, em primeiro lugar, a um conto em especial, “Cúmplices”, premiado em concurso literário da Academia Alagoana de Letras e inserido no final da primeira parte, mas também homenageia escritores e leitores, aqueles que respiram letras, tornando-se, assim, cúmplices insones de noites insanas.