Cruz do meu rosário: um amor na Chapada

Romance baseado numa história de amor real, ambientada na Chapada Diamantina- Bahia, no período da lavra do diamante, na década de 30. É também um trabalho de pesquisa, inserido na história e na cultura da região, e aborda o coronelismo, como regime paralelo à recém instaurada República; apresenta documento histórico comprobatório de fatos, além dos famosos “causos” e histórias do seu rico imaginário, e do mundo, considerado, “sobrenatural”. Trata-se da vida de uma filha de burgueses do Recôncavo Baiano, que foge para casar com o herdeiro de um Coronel do garimpo. Esse amor proibido os levou à fuga para uma região inóspita, onde a protagonista teve grandes dificuldades de adaptar-se, e sofreu muito por causa das diferenças culturais. Naquela região, ela entrou em contato com uma realidade cultural muito diferente da sua: a barbárie que permeava a lavra do diamante, os jagunços, e um imaginário que lhe era desconhecido, pois só conhecia as histórias típicas do engenho de cana de açúcar dos seus avós. Nesse contexto estranho e violento, eivado de traições, perversidades, e as manipulações do sogro, ela buscou sobreviver entre os contrastes do seu universo pessoal de insegurança, de medos, do amor do marido, e a representação do universo social da região, pondo-se em alguns momentos como se diante de uma obra surrealista. Na tentativa de sobreviver, ela criou um alter ego que a ajudou com essas novas experiências, aliviando um pouco os sofrimentos, embora não perceba claramente que aquele personagem não é real, mas que, sutilmente, a alerta sobre os perigos daquela sociedade sem leis, aconselha, e orienta, como agir diante dos sofrimentos infligidos pela insensibilidade do Coronel, mas também o grande amor que uniu os protagonistas e os fortaleceu até o fim das suas vidas.