Crônicas de um Delegado de Polícia não Publicadas

Um Delegado de Polícia, ex-aluno, escreveu-me as palavras que seguem: “Enquanto te deixaram, ministraste na centenária Academia de Polícia SÌLVIO TERRA, sobre os Princípios Institucionais. Daí, com o conhecimento histórico que ainda guardas, tens todo o direito à Palavra que não se cala, e jamais a calarão, de nos dizer, a todos nós Delegados de polícia, jovens ou veteranos, as verdades sobre os desgastes que sofrestes, assim como nós, que hoje caminhamos por veredas mal iluminadas, para cumprirmos com o sacerdócio que abraçamos conscientemente.”.”A avalanche de negociatas feitas com o patrimônio público, em prol de particulares, levou à falência do Estado do Rio de Janeiro e à cadeia presidentes da ALERJ, assim como ex-governador, o que causa perplexidade no Cidadão, que pergunta: como isso foi possível, em tantos anos sequenciais, em crimes cometidos qualitativa e quantitativamente tão exorbitantes, sem que os Ministérios Públicos Estadual e Federal nada tenham obstado, vez que o primeiro açambarcou a si as investigações das pessoas com foro privilegiado (reserva de mercado, onde a Polícia Judiciária é proibida de investigar, em afronta à Constituição em sentido contrário), e o segundo mantinha-se alheio em relação aos crimes federais? Nesse longo período, muitos foram os ofícios enviados ao Ministério Público, apontando muitos desses crimes. Mas, em todos os casos, após “exaustivas investigações”, o Ministério Público os arquivou. Só após se permitir que a Polícia Federal fizesse investigações (o que nunca se permitiu à Polícia Judiciária Estadual/RJ), agora o Ministério Público (federal) encontrou fatos relevantes. É evidente demais que “ainda falta alguém em Nuremberg”. Ou dito de outra forma: esqueceram de prever fiscalização ao fiscal.”