Crisálida

Quando o corpo de Amélia Moura é encontrado após ser desenterrado em uma forte chuva, a polícia percebe que cometeu um erro. O caso, que tinha sido arquivado precocemente, tem que ser reaberto. Amélia não fugira como todo mundo havia pensado. Marcas de esganadura indicam que alguém a queria morta — e conseguiu.
Agora, a delegada Ana Cervinski e o policial Júlio Bragatti estão à procura do assassino da filha de um influente deputado estadual de Curitiba. Para isso, terão que investigar suas últimas semanas e descobrir segredos que alguém preferia que ficassem ocultos.

Opinião sobre Crisálida por Laura Bacellar

Eu adoro histórias policiais, por isso fiquei contente de fazer a leitura crítica de Crisálida, escrita por uma jovem autora brasileira, Andressa Tabaczinski. Diverti-me muito. A delegada é um tipo de mulher que, graças às deusas, começa a aparecer mais na nossa ficção: durona, vai lá e faz, enfrenta. Sempre gostei de protagonistas fortes, e a delegada Ana promete ter uma carreira interessante em nossas letras.

“O que me faz recomendar especialmente esta obra, no entanto, é seu ângulo lgbt. Não vou contar detalhes para não entregar spoilers, mas a autora conseguiu abordar de maneira sensível aquele momento crucial na vida de todos nós lgbts: aquele dia, aquela hora estranha, em que cai a ficha e a gente percebe que a vida que estava levando, toda hétero, é uma fachada oca. Que o que esperam de nós não tem nada a ver com o que somos. Quando a falta de alegria, de brilho, que sentíamos fica explicada com o surgimento de uma atração súbita por uma pessoa fora da rota, inesperada.

Esse momento, todos nós sabemos, causa terror. Cada um de nós lida de um jeito, tenta entender, negociar com a rejeição da família, resolver o que dizer aos amigos. Cada um de nós embarca nessa viagem sem volta com frio na barriga, o que Andressa conseguiu descrever muito bem. Com verossimilhança e total atualidade. Um belo instantâneo de uma vivência que nos marca e distingue”.