A igreja imponente no alto da colina do castelo, que abrigava o convento de Berlim, iluminada pelos relâmpagos, proporcionando lascas e aços espelhados no horizonte sem fim.
Tarde fria e chuvosa. Densas nuvens cinzentas acumulam-se no horizonte, ameaçando pancadas de chuva.
O vento suave como a brisa, entoando nas ramagens das árvores e nas frinchas das venezianas do convento a melancólica canção da tristeza e da saudade.
O chão avermelhado que o circundava encontrava-se sempre recoberto por espessa camada de capim nativo que, com suas compridas folhas, atapetava de um imaculado verde-escuro a gleba toda. À esquerda, o monte que dominava com seus poderosos contornos e cenário rústico daquela região, enquanto mais próximo, à direita, o campanário da velha igreja, emergindo dentre os tufos da vegetação, estabelecia o flagrante contraste do amarelo desbotado de sua antiga alvenaria com a intensa tonalidade verde das árvores circundantes. Ao sul, bem acima do convento, a campina se alastrava, quebrando-lhe a monótona uniformidade montículos de grama, criados ao longe pela mancha escura de um cerrado que se estendia a perder de vista.
Erguia-se ela em terreno inclinado cujo vértice terminava na tortuosa e solitária estrada que demandava o cemitério do Convento.
A árvore das assombrações – como a chamavam em Berlim-destacava-se no conjunto agreste pela tortuosidade de seu tronco, pela forma bizarra de sua copa cuja galhardia desordenada desbraçava-se em todas as direções e pelo permanente revestimento de folhas onde os raios solares jamais penetraram.
O tronco enorme e retorcido, apresentava-se sempre envolvido por grossa casca embolorada pela excessiva umidade e, em suas reentrâncias, insetos de toda a espécie e negras lagartixas encontravam o seguro refúgio. De um lado do tronco, na base de um galho que ali existira e que talvez fora, em épocas distantes, decepado pela fúria dos vendavais, formara-se profunda cavidade onde se represava a água das chuvas, permitindo proliferação de rãs.
Em dias escuros e chuvosos o trovão ribombava surdamente nos horizontes e a chuva coava-se pelos labirintos da densa camada de folhas, escorrendo pelas nodosidades da árvore, esses pequenos e feios animais iniciavam sua tremenda sinfonia de berros que se ouvia à grande distância, ecoando pela cidade.
Corriam estranhas histórias a respeito dessa árvore.
Amanhece…
Tarde fria e chuvosa. Densas nuvens cinzentas acumulam-se no horizonte, ameaçando pancadas de chuva.
O vento suave como a brisa, entoando nas ramagens das árvores e nas frinchas das venezianas do convento a melancólica canção da tristeza e da saudade.
O chão avermelhado que o circundava encontrava-se sempre recoberto por espessa camada de capim nativo que, com suas compridas folhas, atapetava de um imaculado verde-escuro a gleba toda. À esquerda, o monte que dominava com seus poderosos contornos e cenário rústico daquela região, enquanto mais próximo, à direita, o campanário da velha igreja, emergindo dentre os tufos da vegetação, estabelecia o flagrante contraste do amarelo desbotado de sua antiga alvenaria com a intensa tonalidade verde das árvores circundantes. Ao sul, bem acima do convento, a campina se alastrava, quebrando-lhe a monótona uniformidade montículos de grama, criados ao longe pela mancha escura de um cerrado que se estendia a perder de vista.
Erguia-se ela em terreno inclinado cujo vértice terminava na tortuosa e solitária estrada que demandava o cemitério do Convento.
A árvore das assombrações – como a chamavam em Berlim-destacava-se no conjunto agreste pela tortuosidade de seu tronco, pela forma bizarra de sua copa cuja galhardia desordenada desbraçava-se em todas as direções e pelo permanente revestimento de folhas onde os raios solares jamais penetraram.
O tronco enorme e retorcido, apresentava-se sempre envolvido por grossa casca embolorada pela excessiva umidade e, em suas reentrâncias, insetos de toda a espécie e negras lagartixas encontravam o seguro refúgio. De um lado do tronco, na base de um galho que ali existira e que talvez fora, em épocas distantes, decepado pela fúria dos vendavais, formara-se profunda cavidade onde se represava a água das chuvas, permitindo proliferação de rãs.
Em dias escuros e chuvosos o trovão ribombava surdamente nos horizontes e a chuva coava-se pelos labirintos da densa camada de folhas, escorrendo pelas nodosidades da árvore, esses pequenos e feios animais iniciavam sua tremenda sinfonia de berros que se ouvia à grande distância, ecoando pela cidade.
Corriam estranhas histórias a respeito dessa árvore.
Amanhece…
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Nelson Valente
- ASIN: B074GPWCYW
- Idioma: Português
- Tamanho: 1986 KB
- Nº de Páginas: 9
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro CONVENTO DE BERLIM: A VINGANÇA, escrito por Nelson Valente. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.