A última década do milênio presenciou grandes transformações e foi marcada por uma interrogação: como será o terceiro milênio? O século XXI era anunciado como uma era em que a tecnologia dominaria o planeta, com carros que voariam, ônibus intergaláticos e visitas de seres extraterrestres. Mas nunca se ouviu tanto falar no fim do mundo. Pairava no ar um verdadeiro deus-nos-acuda seguido de um salve-se-quem-puder.
Os últimos anos chegaram com muitas novidades. Logo de cara, uma guerra como não se via desde a primeira metade do século, uma crise política no Brasil que levou centenas de pessoas às ruas com as caras pintadas para destituir o primeiro presidente da República eleito democraticamente após a ditadura, e na esfera sociocultural, sem o cabresto da censura, a televisão, o cinema, a música, o teatro e a literatura puderam dar asas à imaginação, lançando muitos produtos de boa qualidade e também muita porcaria. Virgindade, homossexualidade, liberação da maconha, camisinha e Aids passaram a fazer parte do diálogo das famílias brasileiras. Surgia o tempo da diversidade. Houve a renovação do conceito de religião. Quem viveu naquela década também viu os primeiros computadores pessoais chegarem às residências e aos escritórios para substituir, aos poucos, a velha máquina de escrever, na medida em que as fichas eram trocadas por cartões telefônicos. A geração 90 viu, ainda, os enormes discos de vinil darem passagem para o pequeno CD e o walkman crescer, em tamanho e qualidade, para o discman. Os telefones celulares e os e-mails surgiram para facilitar a comunicação.
Com a proximidade do ano 2000, vieram os sintomas das antigas profecias: pessoas de todos os tipos morrendo em decorrência da Aids, novidades tecnológicas brotando da terra, guerras pelo mundo e surgimento de seres extraterrestres e chupa-cabras. Essas ocorrências só faziam alimentar nas pessoas o sentimento de incerteza sobre o futuro próximo. Enquanto uns se apegavam à espiritualidade para receber com a alma limpa o fim do mundo, outros faziam justamente o contrário, vivendo intensamente, um dia de cada vez, usufruindo todos os prazeres.
“Como se não houvesse amanhã” convida o leitor a viajar no tempo por meio da trajetória de um grupo de jovens universitários que representam esta geração romanticamente politizada, culturalmente globalizada e espiritualmente contagiada pela iminente chegada de uma nova e obscura era. Uma boa leitura!
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Patrick Selvatti
- Tamanho: 2594 KB
- Nº de Páginas: 442
- Idioma: Português
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Como Se Não Houvesse Amanhã, escrito por Patrick Selvatti. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.