Em linguagem relativamente barroca e regionalista, este livro trata de uma questão que permeia o tempo e a história: a violência que é retratada na Bíblia desde Caim e Abel e foi o tema central das tragédias gregas, como lições para pessoas civilizadas inclusive da nossa época – que vivem num mundo cada vez mais saturado de informações e onde as notícias, em especial as sensacionalistas ocupam de certa forma o nosso tempo e formatam uma nova religião, o que deixa as nossas vidas em cheque e de certa forma sem sentido, – se tornassem um pouco melhores.
O livro nos leva a uma reflexão sobre questões da tortura retratada no humor negro de um suposto e inexistente jogo de futebol, em Câmara Escura isso num universo que pareceria até certo ponto absurdo e totalmente inverossímil Há também incursões no mundo da loucura e da psicopatia em contos como Universo Vermelho e Paralelo ou Magnus Dei, um louvor ao poder bélico das armas e ao non-sense. Também são temas recorrentes os jagunços, pistoleiros, conhecidos como oficiais de caveira que povoam histórias como Na Alça de Mira, Chumbo Grosso, O Dia que Bililiu fez o Diabo. Há ainda o Emissário da Morte, bem como em o Turibamba da Aldeia, em que um zerói do sertão, assume o seu lado caubói numa investigação que viaja do antigo e do pós-moderno, com pistoleiros misteriosos equipados com ARs 15 e Ms 16, armas sofisticadas e de última geração que servem para a semeadura da morte e do medo. Os conflitos passam ainda pela morte do Heróico Soldado Solano e a Disputa com seu Inimigo Sarabutaia, a quem o soldado vê nos estertores da sua vida, quando está morrendo depois de baleado e de quem fica com a foto da sua imagem gravada na retina e uma interrogação. Quanto ao conto Quando o Sonho é o Caminho da Morte não Sabida, ele trata dos pequenos e grandes poderes, dos abusos e da supressão de quem não se ajusta ou mexe até mesmo com o primo do irmão do amigo de uma autoridade. Isso naturalmente no país do “você sabe com quem está falando?” e do jeitinho maneiro para tudo.
Em síntese o livro trata de duas questões fundamentais e que devem ser discutidas e refletidas por todos nós: a banalização do mal, uma questão abordada por Hannah Arendt ao analisar o comportamento patológico dos nazistas, que eram aparentemente pessoas normais, bons pais de família e que iam às igrejas aos domingos, mas agiam à revelia da razão massacrando judeus, ciganos, homossexuais e pessoas com distúrbios mentais nos campos de concentração e que funcionavam como centros da cultura do crime, que segundo o cineasta e cronista Arnaldo Jabor resulta no recrudescimento da violência através da prevalência do sofisma, da mentira e da impunidade que aí estão.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Kleber Torres
- ASIN: B08YQRM668
- Idioma: Português
- Tamanho: 241 KB
- Nº de Páginas: 59
- Categoria: Policial, Suspense e Mistério
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Chumbo Grosso: contos, escrito por Kleber Torres. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.