Cat Power: a discografia comentada

“A voz de Chan Marshall já desafiou os fantasmas da Califórnia, por que não te protegeria do desespero existencial?”
Nic Khorn B.

“A indielândia tem um rei para cada subgênero do Spotify, mas Cat Power segue sendo a soberana intocada deste território”
Simão Reinaldo

Qual é o seu espírito animal? Agora que o meme se alastrou, identificar Chan Marshall com Cat Power parece óbvio: independente, profundamente emocional, tão esquiva quanto aparentemente carinhosa, soltando o ar dos pulmões como um felino expele as suas garras…

Mas nem sempre foi assim. Ou sempre foi assim, e Cat Power é apenas a capa de superheroína indie que Chan Marshall se obrigou a vestir e a carregar, um fardo que poderia ter sido encerrado tragicamente, como o Clube dos 27, na esteira da autodestruição ou simplesmente da falta de razão.

Num bom dia, Cat Power é inigualável; nos piores, mal conseguimos acreditar que todo o seu talento não consegue vir à luz.

Das composições improvisadas dos primeiros discos à alucinação de Moon Pix, o disco rodeado por 150 milhões de espíritos, passando por sua transformação em diva do soul e da Channel, até a sua encarnação de replicante do Blade Runner com autotune e uso do Pro Tools, Cat Power tem sido um mistério perdurante.

No ensaio introdutório, Gab Pimbato explora a indie de mil faces, abordando os tópicos:

• como é o seu método de composição?
• quais são as suas influências?
• como ela faz para habitar uma canção alheia quando toca os seus covers
• seu modo idiossincrático de tocar piano e guitarra
• a razão dos seus shows serem um caos
• sua ligação com o sobrenatural (fantasmas, xamãs)

Confira toda a sua discografia, incluindo o recém-lançado Covers, agora em janeiro de 2022. Como bônus, uma playlist exclusiva no Spotify para você conhecer canções que ela poderia gravar da próxima vez.