Cartas de Brasília

A construção de Brasília partiu de um sonho que alguns acreditam ser de Dom Bosco, no Século XIX, quando previu a existência de uma terra prometida entre os paralelos 15 e 20 onde jorrava leite e mel. No Brasil, a ideia se consolidou a partir da Constituição Federal de 1891, mas só foi concretizada com Juscelino Kubitscheck, ou simplesmente JK, que governou o país entre janeiro de 1956 a janeiro de 1961. Em seu único mandato, ele conseguiu aprovar uma legislação específica, desenvolver um projeto piloto e erguer uma cidade a partir do risco de duas retas no papel, o marco zero, onde hoje é a Rodoviária de Brasília.

Nesse cenário idílico, milhares de trabalhadores vieram de diferentes regiões para participar da construção da nova capital, como Santiago, personagem principal deste livro. Nascido em uma pequena cidade do Nordeste, ele fugiu da fome e da seca no colo de sua mãe nos anos 1940 e, posteriormente, migrou para o Rio de Janeiro. Por ter se envolvido em um incidente grave e inesperado, Santiago acaba desembarcando em Brasília, em dezembro de 1958, onde irá trabalhar na construção da cidade. Como era um dos poucos que sabe ler e escrever em seu acampamento, ele ajuda outros candangos a se comunicar com suas famílias e facilitar a ida delas e de muitas outras para o Planalto Central.

“Cartas de Brasília” é um romance histórico, criado a partir de personagens fictícios em um contexto de fatos reais num momento importante para a história do Brasil durante a construção da nova capital federal. O livro resgata importantes memórias dos primeiros dias de Brasília, como a vida dos candangos na Cidade Livre, a Placa da Mercedes, a morte de Bernardo Sayão, a tragédia da Pacheco Fernandes, os anos turbulentos dos mandatos de Jânio e Jango e o início do governo militar.

É uma história que trata de sonhos, esperança, superações, pioneirismo, tristezas e perseguições, mas, sobretudo, uma história de amor.