CARNIFICINA QUEER (Fábulas Fálicas Livro 6)

TRECHO:
“Dentro do túnel, os garotos avistaram um portão à direita, caindo aos pedaços, parecia uma sala moldada na rocha.
– Trancada, Benício disse trêmulo, molhando as calças de medo.
– Aqui, Benício!
Eles correram para outra sala mais adiante, crânios, dezenas deles, enfileirados em prateleiras cavadas diretamente na pedra; era uma catacumba, os meninos se abaixaram e se esconderam atrás de um altar e engoliram o grito quando escutaram o assassino se aproximando da porta.
– Eu sei que vocês estão aí!
De onde eles estavam, conseguiam ouvir a respiração do assassino; o sangue dos meninos parecia congelar dentro das veias. O matador avançou dentro da câmara e grunhiu procurando os garotos dentro do lusco-fusco do mortuário; ele parou por um segundo e no silêncio conseguiu ouvir os corações galopando dentro do peito das vítimas.
O assassino levantou o machado e se lançou em direção ao altar; os meninos gritaram e, na confusão, acabaram por se dispersar. O machado ficou preso na rocha e Theo conseguiu escapar do bote, mas Benício foi derrubado.”.

GUILHERME JUNQUEIRA é dramaturgo, poeta, diretor de teatro e instrutor de Yoga. Convidado para o panorama de poesia contemporânea da 26ª edição do Festival Mix Brasil, na estreia do Mix Literário, o autor já participou de relevantes oficinas de criação literária e sua obra no teatro já foi apontada pela revista Veja SP como um dos destaques da nova dramaturgia paulistana. Autor dos livros “Suicida Rock`n Roll” (romance) editora Giostri 2010, “Intrigas Augustas” (novelas), editora Maçã de vidro 2013, “Eclipse” (poesia), editora Córrego 2016 e “Shadowplay” (poesia), ateliê Leonella 2018.
“ CARNIFICINA QUEER ” é o sexto conto da série “Fábulas fálicas”

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