Cá entre nós

Kai, Takashi e Alex não têm nada em comum. Bem, exceto que são irmãos, têm a mesma marca de nascença atrás do tornozelo e moram juntos em um apartamento em Belo Horizonte, com sua mãe.

Alex tem um negócio independente não muito usual: administra um serviço de ligações em que termina relacionamentos, avisa pais que seus filhos foram reprovados… pode ter qualquer conversa difícil no lugar de seus clientes, e é bem pago para isso.

Takashi, o caçula, não suporta mais o Ensino Médio. Tem um emprego de meio-período em uma farmácia do outro lado da rua e é conhecido no bairro por suas pegadinhas perfeitamente articuladas, mas é tirado de seu mundo de diversão e irresponsabilidade quando descobre que o estabelecimento é frequentado pelo pai dos três.

Enquanto isso, Kai, o mais velho, há meses passa os dias deitado na cama com seu gato, incapaz de aceitar o fim de um intenso relacionamento com seu vizinho e se comunicar com basicamente qualquer pessoa.

Ainda que diferentes, os três se veem em situações igualmente complexas. Kai será forçado a assumir uma nova identidade para conseguir o estágio e, quem sabe, se abrir para um novo romance com o misterioso e sarcástico atendente que responde seus e-mails.

Takashi usará todas as suas cartas na manga para encontrar o pai no meio dos milhares de clientes da drogaria, enquanto lida com as injustiças de seu chefe tirânico e tenta conciliar a angústia do abandono do pai com a vontade irresistível de conhecê-lo.

E Alex, que sempre pareceu imperturbado pela alta emotividade de seu emprego, terá sua sensibilidade irritantemente abalada pela garota que se mudou pro prédio da frente, e vai questionar pela primeira vez a moralidade do seu trabalho.

Quase uma releitura de “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, “Cá entre nós” é uma comédia contemporânea escrita pela autora mineira Ana Ribeiro, e fala de amizade, amor, parceria e dos embaraços dos relacionamentos modernos.