Bussunda: A Vida do Casseta

“Boni não quis saber de homeopatia. Tinha que ser de uma vez só, uma Terça Nobre só deles. Um soco. […] Passando ao largo das dúvidas — e da advertência de Roberto Marinho —, o feiticeiro bancou o risco. E a certeza cega de sua aposta tinha nome: Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda. […] O velho homem de TV estava cada vez mais convicto de que, ao botar aquele gordo debochado no ar, o que era grossura para o doutor Roberto viraria doçura para o público. Bussunda era sacana como uma criança endiabrada. Não ia ofender ninguém.”

Pouco antes do episódio descrito acima pelo jornalista Guilherme Fiuza na biografia Bussunda – A Vida do Casseta, o protagonista dessa história chegou a desistir da carreira de humorista. No final de 1987, Bussunda ia voltar para a casa dos pais e abandonar a revista Casseta Popular. Aos 25 anos, estava frustrado e falido. Precisava encontrar um rumo na vida, parar de andar só na contramão. Mas parecia que, com ele, tinha que ser tudo ao contrário mesmo. Na hora da desistência, o telefone tocou. Era o sucesso.

Nesta biografia, lançada quatro anos após a morte prematura de Bussunda, Guilherme Fiuza reconstitui a trajetória do humorista — de “caso perdido” a ídolo da televisão brasileira. Uma caminhada acidentada, divertida e ousada ao lado de seus companheiros do Casseta & Planeta.

Numa narrativa envolvente e fartamente documentada, o autor revela ainda o Bussunda desconhecido do grande público: tímido, dono de uma inteligência aguda e fator de equilíbrio nas decisões do grupo. Um personagem tão desconcertante quanto cativante — protagonista de uma vida surpreendente, do início ao fim.