Burnier

Na França do século XVIII, Melissa Burnier é a típica burguesa de uma família em ascenção: renegada pela nobreza, com mais propriedades que influências e a promessa de casamento com um nobre falido. No entanto, enquanto ela tenta compreender seus sentimentos e sua realidade, as chamas que ascendem a França Revolucionária consomem todas as suas crenças e mudam drasticamente sua forma de enxergar o mundo.
De repente, seu casamento que ela secretamente desejava se torna uma memória distante; sua família cai perante os seus olhos e sua própria concepção de autoridade sobre si se esvai enquanto ela permanece numa tentativa constante de se encontrar.
Dessa forma, dois anos depois da queda da bastilha, enquanto sua vida ascende socialmente, tudo o que ela deseja, no entanto, é voltar a ser quem era. E nessa constante busca, ela se apaixona por quem era prometida: Julian Beautmont. E vivendo um amor intenso e aprendendo a lidar com o abandono e a solidão, ela passa a escrever e narrar suas concepções sobre a sociedade em que vive e o ambiente que a violenta. E quando menos espera, no meio de uma revolução que a parte no meio, surge outra que a deseja como líder.
Burnier é um livro sobre solidão e intensidade, não há palavras que melhor o descrevam. Todas as tentativas de Melissa se voltar a ser quem era, são, na verdade, tudo o que aproxima um romance que se passa em séculos atrás na sociedade ansiosa e insegura de hoje, que beira a intensidade mas também a própria comoção.