Brincando no Paraíso Perdido: as estruturas religiosas da ciência.

Esta obra discute sobre o impacto do modelo cartesiano na visão antropológica da medicina, especificamente, e nas ciências em geral. A modernidade expulsou a salvação eterna e entronizou a saúde terrena como nova forma de se experimentar a eternidade. Pensando a partir da obra de Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo” , pensamos que o Iluminismo secularizou a dimensão da salvação, mas, ainda assim, a civilização moderna ficou órfã do aspecto religioso. A ciência passou a ser, em grande medida, uma religião mundana, com os seus ícones, sacerdotes e dogmas.
A linguagem religiosa tem um poder extraordinário no processo de construção de imaginário científico. Por isso, esta obra não trata do conflito entre fé e ciência, mas das estruturas religiosas no interior da ciência. Podemos adiar as marcas da morte, mas não podemos extirpar a nossa finitude. O ser humano que não conta com sua finitude pensa ser Deus.
Em tempos em que a Medicina volta a ser o centro das atenções da ciência, onde o temor de uma doença assola a humanidade, esse é um livro essencial para entendermos nossa relação de (in)dependência e necessidade da ciência e da tecnologia.
Sobre o autor: o professor Euler Renato Westphal é teólogo pelo Theologisches Seminar St Chrischona, da Suíça, e doutor na mesma área pela Escola Superior de Teologia – São Leopoldo, RS. Atualmente é pesquisador – Univille – Joinville – SC e Friedrich-Schiller-Universität Jena – Alemanha, professor titular da Universidade da Região de Joinville e professor da Faculdade Luterana de Teologia, São Bento do Sul-SC. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Bioética, atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio cultural, memória, sociedade, patrimônio cultural e religião, confessionalidade luterana e teologia protestante, patrimônio cultural e sociedade e a secularização e o sagrado.