Biologia em análise: Marta S. Baracho
Por Ivanhoé Baracho IntroduçãoA vida orgânica, evidentemente, só pode ser estudada nos seres vivos. Os seres vivos, no entanto, têm uma natureza extremamente complexa. Neles os fenômenos vitais são observados ao lado de fenômenos físicos, químicos e psíquicos. É um aglomerado de fenômenos que dificulta a compreensão do que seja vida orgânica. Dele a vida aparece, como conseqüência, mas tantas são as variáveis, tantos são os fenômenos envolvidos, que parece impossível encontrar uma estrutura particular que a caracterize. “Existem os chamados seres vivos, diz Dastre (1903), existem corpos que nunca foram tais – corpos brutos, ou que já não são mais – corpos mortos. O fato de empregar essas designações implica a ideia de um atributo comum, um quid proprium, a vida, que existe nos primeiros, que nunca existiu nos segundos, e que deixou de existir nos últimos “. Mas se realmente existe esse quid proprium, isso a que chamamos vida, certamente isso tem uma característica que o diferencia de outras coisas. Por que, então, essa característica nunca foi encontrada? Por que tantos erros na definição da vida? Muitos biólogos pensam que essa definição não tem importância, porque a biologia pode distinguir seres vivos de corpos brutos. Mas uma definição de vida, esclarecendo um fenômeno biológico importante, não poderia resultar na descoberta de algo novo, que poderia trazer uma nova perspectiva e fazer a biologia avançar no campo teórico? Como no caso de Newton sobre a gravidade, não seria possível, no estudo da vida, isolar um fato central, específico, capaz de permitir a dedução de tudo? Talvez por isso, ao lado daqueles que não consideram importante a definição de vida, há outros, como Rizzotti (1996), que consideram que a definição de vida é o problema central da biologia. Mas o que é isso que existe nos seres vivos e eles podem perder? É um movimento? … uma substância? … uma força? … uma energia? Por muito tempo, a biologia tem tentado, sem sucesso, saber o que é isso. Mas, se a biologia sabe tanto sobre os seres vivos, por que não sabe o que é a vida? Foi necessário cair uma maçã na cabeça de Newton, para a descoberta da gravidade. O que será necessário para a biologia descobrir a natureza da vida? A vida sem dúvida é um fenômeno muito diferente do fenômeno da queda dos corpos. Mas parece que o problema poderia ser resolvido da mesma maneira, ou seja, encontrando a causa. E como esta causa não foi encontrada, muitos começaram a imaginá-la. Então surge a discórdia entre aqueles que querem explicar a vida pelas leis físicas e químicas e reduzir os fenômenos vitais às formas comuns de movimento e aqueles que pensam que as leis físicas e químicas são impotentes para explicar a vida e que a vida só pode ser explicada por um princípio inteiramente diferente da matéria. Talvez o mais importante, nessa luta de ideias, seja superar essa contradição, mostrar que a causa da vida é uma forma biológica de movimento e que essa forma é uma forma especial, superior às formas de movimento físico e químico. Se a causa da vida é determinada, então é possível definir a vida com base nessa causa, já que a lógica permite as definições causais (Jolivet,1969).
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Ivanhoé Baracho
- ASIN: B07MYMKJQF
- Idioma: Português
- Tamanho: 4282 KB
- Nº de Páginas: 139
- Categoria: Ciências
Amostra Grátis do Livro
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