Banho de cheiro

Em meio ao calor sufocante de dezembro em Belém, Fernanda carrega o cansaço de mais um fim de ano cheio de promessas não cumpridas e expectativas acumuladas. Entre a descrença e a curiosidade, ela se deixa arrastar pela prima até o Ver-o-Peso, onde um banho de cheiro promete abrir caminhos — mesmo que ela não acredite muito nisso. Entre chuvas inevitáveis, reencontros inesperados e conversas que escorrem com leveza, Fernanda descobre que nem toda mudança acontece de forma grandiosa ou imediata. Às vezes, o novo começa devagar, no meio da dúvida, da água caindo do céu e de um afeto que sempre esteve ali, esperando o momento certo para aparecer. Um conto sobre recomeços, coincidências que não parecem tão coincidência assim e sobre como, em Belém, a chuva nunca vem sozinha.