Assassinato na casa de fados
Por Sérgio Bandeira de Mello Obra policial e de costumes ambientada no Rio de Janeiro, de 1913 a 1963, a trama retrata o paulatino crescimento da família Fortuna. O patriarca é Anacleto, viúvo devasso, português que, a princípio, explora um boteco na região portuária da cidade, onde floresce o baixo meretrício em meio ao movimento dos marinheiros. E tudo começa com uma dívida de gratidão motivada pelo salvamento da vida de Onofre, por pouco não ceifada pelos excessos de um marujo norueguês que foi além da natural mímica na disputa por uma prostituta.
Amigo de comerciantes de secos e molhados, cuja esmagadora maioria era composta por seus patrícios, Anacleto não tardou a se estabelecer no ramo dos restaurantes que surgiram no entorno da estação ferroviária central. É lá que Juventino, sobrinho de Onofre, aprendiz de garçom, bem apessoado, começa a lavar pratos. Tudo conspira para que o rapaz comece um caso com Assunção, filha de Anacleto, casada com um admirador de Henry Ford, estudioso de movimentos e tempos, porém pouco dado ao trabalho na tasca familiar.
Juventino, um dos principais personagens, obrigado a se casar pelas peixeiras empunhadas por seus futuros cunhados, três adolescentes admiradores do cangaceiro Lampião, carismático facínora que aterrorizou o sertão nordestino nos anos 1930, ficará preso aos três delinquentes por ter engravidado a noiva.
Necessitado de dinheiro para sustentar esposa e agregados, ele consegue emprego na banca de advogados de Norberto Amaral, comandada pela assistente Roberta. É tribuno de retórica irresistível, mas sem herdeiros para quem deixar o escritório. Nisso consiste o desespero de sua mulher, Patrícia, admiradora número 1 do marido, sempre disposta a seguir na busca de tratamentos para lograr chegar à sonhada maternidade. A perseguida fertilidade só é conseguida depois de arranjos bem planejados e executados com a cumplicidade de sua prima Mariinha, e graças à semelhança física entre o patrão e seu jovem despachante.
Com a entrada em cena de Norberto, defensor de réus abonados ou famosos, a obra toma o caminho de calorosos embates no Tribunal do Júri, com ênfase para dois crimes perpetrados em épocas distintas, o primeiro cometido por um ídolo da Rádio Nacional, e o segundo por um abastado líder da indústria moveleira, antes de tudo um destacado representante da tradicional marcenaria portuguesa.
Perpétuo é acusado não só pelo assassinato da mulher, mas de triplo homicídio, pois, em sequência, o rico lusitano defendido por Norberto tirou a vida de dois cunhados, seus sócios na fábrica de móveis, que partiram em socorro da irmã. Em razão de os corpos das vítimas fatais e não fatais terem ficado bem próximos uns aos outros, com alguns membros amontoados, a tragédia foi batizada de “crime do boliche” pela imprensa policial, personificada na trama pelo repórter Duque de Niterói.
Rita, única filha de Norberto, bissexualidade não assumida em família, ao entrar na Faculdade de Direito, sonho do pai, torna-se uma ferrenha feminista, o que a coloca contra a tese de legítima defesa da honra, recurso legal muito utilizado pelo vitorioso defensor no início dos anos 1960.
É nessa ocasião, que marca o início da bossa nova, que Anacleto abre um excelente restaurante no rico e cosmopolita bairro de Copacabana. Convencido por seus abastados compatriotas, sempre saudosos da terrinha, o velho destina as noites de sextas e sábados à música portuguesa, dando ao estabelecimento o nome Casa de Fados Luar do Tejo.
São nesses diversos cenários que envolvem os crimes e suas respectivas investigações que atua o comissário Amílcar Mesquita, lotado na Delegacia de Homicídios, personagem de seis outros livros publicados por Sérgio Bandeira de Mello.
Sendo o sucesso de Norberto Amaral também atribuído a um esquema de venda de sentenças por juízes inescrupulosos, o enredo foge um pouco do padrão dos livros policiais, pois apenas ao final será revelado quem foi morto na casa de fados. E a que sorte está fadado o assassino.
Amigo de comerciantes de secos e molhados, cuja esmagadora maioria era composta por seus patrícios, Anacleto não tardou a se estabelecer no ramo dos restaurantes que surgiram no entorno da estação ferroviária central. É lá que Juventino, sobrinho de Onofre, aprendiz de garçom, bem apessoado, começa a lavar pratos. Tudo conspira para que o rapaz comece um caso com Assunção, filha de Anacleto, casada com um admirador de Henry Ford, estudioso de movimentos e tempos, porém pouco dado ao trabalho na tasca familiar.
Juventino, um dos principais personagens, obrigado a se casar pelas peixeiras empunhadas por seus futuros cunhados, três adolescentes admiradores do cangaceiro Lampião, carismático facínora que aterrorizou o sertão nordestino nos anos 1930, ficará preso aos três delinquentes por ter engravidado a noiva.
Necessitado de dinheiro para sustentar esposa e agregados, ele consegue emprego na banca de advogados de Norberto Amaral, comandada pela assistente Roberta. É tribuno de retórica irresistível, mas sem herdeiros para quem deixar o escritório. Nisso consiste o desespero de sua mulher, Patrícia, admiradora número 1 do marido, sempre disposta a seguir na busca de tratamentos para lograr chegar à sonhada maternidade. A perseguida fertilidade só é conseguida depois de arranjos bem planejados e executados com a cumplicidade de sua prima Mariinha, e graças à semelhança física entre o patrão e seu jovem despachante.
Com a entrada em cena de Norberto, defensor de réus abonados ou famosos, a obra toma o caminho de calorosos embates no Tribunal do Júri, com ênfase para dois crimes perpetrados em épocas distintas, o primeiro cometido por um ídolo da Rádio Nacional, e o segundo por um abastado líder da indústria moveleira, antes de tudo um destacado representante da tradicional marcenaria portuguesa.
Perpétuo é acusado não só pelo assassinato da mulher, mas de triplo homicídio, pois, em sequência, o rico lusitano defendido por Norberto tirou a vida de dois cunhados, seus sócios na fábrica de móveis, que partiram em socorro da irmã. Em razão de os corpos das vítimas fatais e não fatais terem ficado bem próximos uns aos outros, com alguns membros amontoados, a tragédia foi batizada de “crime do boliche” pela imprensa policial, personificada na trama pelo repórter Duque de Niterói.
Rita, única filha de Norberto, bissexualidade não assumida em família, ao entrar na Faculdade de Direito, sonho do pai, torna-se uma ferrenha feminista, o que a coloca contra a tese de legítima defesa da honra, recurso legal muito utilizado pelo vitorioso defensor no início dos anos 1960.
É nessa ocasião, que marca o início da bossa nova, que Anacleto abre um excelente restaurante no rico e cosmopolita bairro de Copacabana. Convencido por seus abastados compatriotas, sempre saudosos da terrinha, o velho destina as noites de sextas e sábados à música portuguesa, dando ao estabelecimento o nome Casa de Fados Luar do Tejo.
São nesses diversos cenários que envolvem os crimes e suas respectivas investigações que atua o comissário Amílcar Mesquita, lotado na Delegacia de Homicídios, personagem de seis outros livros publicados por Sérgio Bandeira de Mello.
Sendo o sucesso de Norberto Amaral também atribuído a um esquema de venda de sentenças por juízes inescrupulosos, o enredo foge um pouco do padrão dos livros policiais, pois apenas ao final será revelado quem foi morto na casa de fados. E a que sorte está fadado o assassino.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Sérgio Bandeira de Mello
- ASIN: B01H0YCNR6
- Editora: Sérgio Bandeira de Mello
- Idioma: Português
- Tamanho: 2206 KB
- Nº de Páginas: 383
- Categoria: Policial, Suspense e Mistério
Amostra Grátis do Livro
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