As religiões dos dissimulados

“Leia as vozes que nos habitam e conclua por si mesmo a resposta, a qual tentamos tão excessivamente obter.” Por trás de cada símbolo, cada ídolo, cada ideia que a humanidade tomou para si, há uma pessoa. Um sujeito, que passa por questões como todos os outros que o adoram, sujeito a todas as circunstâncias sociais condicionantes a que todos estão expostos. Por trás de cada máscara há um indivíduo com sentimentos, distorções, amores, controvérsias e imperfeições. Pois somos, independente do papel em que se esteja inserido, seres humanos. E negar isto é negar a si. A história aqui em questão se passa em um tempo cronológico imaginário, entretanto palpável, acompanhando o surgimento de um símbolo revolucionário e o indivíduo por trás dele. “(…) eu a amo, é comum que às vezes meus sentimentos se distorçam para isso. Eles não a amam. A visão distorcida deles se dá por outros fatores. Quase como uma fé cega. Como uma religião…” Por ironia do destino Bartira, uma jovem que enfrenta suas questões transicionais, vê seu pequeno universo sucumbir à medida que outro mais expansivo lhe é apresentado. No desenvolvimento de seu percurso, seus ideais de mudança começam a tornar-se mais que isso. E na medida que suas ideias deixam sua mente e tangem a realidade, esta começa a observar o preço que deve ser pago ao concretizar o que uma vez pareceu apenas um sonho. Não só ela, mas todos que a rodeiam. “(…) eu vivo neste meu mundo inventado, em todos os aspectos de minha vida. (…) Não se trata de você, se trata de mim. Não sou dependente de você, sou dependente de todas estas crenças que criei em minha cabeça.” A realidade é, por fim, muito mais impactante que a fantasia