As Lendas de Luz e Trevas: O Guerreiro da Luz

Eles corriam por um campo verde, David e sua mãe estavam de mãos dadas. Uma sombra gigantesca se movia pelo céu atrás deles, queria apanhá-los. No horizonte uma luz surgiu, ele gritou, mas a mãe continuava correndo e o puxava, a sombra se aproximou deles, e a luz brilhou intensamente.
David acordou com um pulo e bateu a cabeça em algo duro, observou que estava na cama de baixo de um beliche, a espada de prata encostada na parede, ele sentou e passou a mão pelo rosto, pensando no sonho que teve.
Estava em um salão retangular com beliches nas paredes laterais, observou que havia alguns rapazes deitados, dormindo. Ouviu vozes, vinham da sala ao lado, ficou em pé e pegou a espada, estava suado e as roupas sujas e rasgadas. Caminhou até o barulho e entrou em uma ampla sala com sofás e poltronas, e uma lareira no canto, estava acesa.
– Olá – um rapaz se aproximou dele – Frey esteve procurando por você, ele disse que voltaria logo e pediu para eu te avisar.
– Ah… obrigado – David passou a mão no pescoço, sentia todo o corpo dolorido e duro.
– Você parece precisar de um banho, venha comigo! – o rapaz passou por ele e seguiu para o dormitório novamente, mas parou – a propósito… – ele encarou David e estendeu a mão – eu sou Andrew.
– Muito prazer, David – retribuiu o cumprimento.
– Sabemos! – um garoto disse do meio da sala, David então percebeu que todos olhavam para ele.
– David Reihart, o guerreiro da luz! – um homem disse.
– Qual o plano para livrar Trehan de Damyon? – outro rapaz gritou de perto da lareira.
– Você já sabe onde estão as pedras da terra e do vento?
– O que fará primeiro?
– Vamos finalmente destruir as usinas?
As perguntas rodavam na cabeça de David, todos esperavam maravilhas dele, e ele mal conseguia suportar os próprios pensamentos.
– Tudo bem pessoal, calma! – Andrew entrou em sua frente e levantou os braços – primeiro ele tem uma missão com Frey, vamos manter a calma e tentar ajudar ao máximo os guardiões das pedras elementais.
Andrew o arrastou de volta ao dormitório.
– Desculpe por isso, estamos ansiosos, há anos não recebíamos boas notícias – ele sorriu – e vocês representam uma ótima notícia, nunca tivemos nenhum guardião ao nosso lado e agora temos 3, isso é demais! – o rapaz estava radiante e percebeu que estava exagerando – foi mal, venha!
Seguiram até o baú perto do beliche onde David estava dormindo, Andrew pegou uma calça jeans e uma camiseta cinza.
– No final do dormitório tem o banheiro, tem toalha e tudo mais – ele entregou as roupas para o rapaz – pode vesti-las… – Andrew parecia triste agora – mesmo com tudo acontecendo, acredito que as coisas vão melhorar.
A lembrança atingiu David como um soco no estômago, a morte de Doug.
– A cerimônia… – ele arregalou os olhos – não me diga que…
– Já acabou… – Andrew baixou os olhos – sinto muito.
– Tudo bem… – ele não podia fazer nada, iria conversar com Zack depois e se desculpar.
David colocou a espada na cama e andou até o banheiro.
A água parecia retirar todo o cansaço de seu corpo e refrescar sua cabeça, pensou em tudo que havia acontecido. Doug estava morto, estavam em Trehan e ele havia conhecido sua mãe. Um turbilhão de emoções passou por ele, mas ele sabia o que tinha que fazer primeiro.