As Lágrimas dos Santos é um livro com estrutura leve e agradável à leitura. Está inserida a novela em uma textura muito abrangente na obra de Henriques. Porém, trata-se de um gênero literário bastante distinto e que se faz novela. É um velho assunto, recorrente na obra de Humberto Henriques. Aqui ele trata de uma imersão de uma certa personagem na política brasileira. Desde as rasteiras até os golpes mais afinados, tudo está comemorado com clareza nessa obra. Entretanto, traz o valor do humor, uma maneira branda dos contistas mineiros antigos, tempo em que utilizavam desse recurso para demonstrar onde e quando estavam os “bagres ensaboados”, esses políticos de carreira que sabiam dar nó em pingo d’água e ainda esconder as pontas. De tal sorte que o texto é fluido e não se amarra naquela peculiaridade pesada de A Tragédia Humana, conjunto de obras do mesmo autor, um dos romances mais densos e introspectivos já revelados em toda a história da Literatura Universal. As Lágrimas dos Santos pretende ser um livro demonstrador de esperança, de inocência e por isso mesmo conduz argumentos plenos de menor devassidão. Uma busca simples por justiça, sem jamais esquecer o caráter do escritor, esse dissecador perenal de almas. Henriques demonstra em seus textos que o homem é um saco infindável e nele cabem todos os gorgulhos do mundo. Por isso, a amplitude dessa novela.
O lugar escolhido para ser de novo o centro das atenções do texto fica no estado do Espírito Santo. Entretanto, não dá para visualizar se fica ao Norte ou se fica ao Sul. A cidade escolhida é uma tal de São Magela, absolutamente fictícia. Trata-se de uma cidade pequena, daqueles pululadas pelo esquema político fervente que costuma acontecer por ocasião das eleições. Com isso, Henriques enquadra a personagem de sua criação, Nelsão, em um ritmo distinto de tudo aquilo que poderia ser mostrado num sistema político brasileiro vigente. Diante de tal expectativa, Nelson busca um começo de vida na coisa pública. Inocente em tudo que pretende e planeja, acaba por conseguir resultados bons e até mesmo surpreendentes para aquilo a que se lança. Por isso, a sua faceta de pouca promiscuidade mostra a eclosão do herói de papel, aquele tipo de cidadão que ainda não contraiu a tuberculose do poder e a sífilis da ambição desenfreada. Se está no poder, somente por uma questão de identidade com o povo que o meteu no posto de vereador.
Essa novela é um contrastante com toda obra de natureza política que o escritor escreveu. Num país como o Brasil, tomado de assalto pelos distúrbios e isso acontece há muitas décadas – alguns dizem que por séculos -, esse tipo de assunto é um motivo para se suspeitar da cidadania altamente despertada na mente e no desenvolvimento do escritor. Não poderia ser de outra maneira, já que todos os pensadores são altamente influenciados por esse meio ambiente doador de informações esdrúxulas e cheias de desconfiança. Sendo assim, ocupa o novelista o papel daquele que deve passar as tais informações ao futuro, mesmo que seja sob a forma de ficção. Esses volumes que tratam de política são profundamente imiscuídos com a realidade que se vive nesse mundo de depreciações e injúrias. Como acontece em A Tragédia Humana, grande romance em 9 volumes bem estabelecidos, a pequena novela As Lágrimas dos Santos demonstra como acontece o envolvimento humano com a cobiça despertada pelo Poder. Enquanto no grande romance tudo é desvario e perda de valor e dignidade, a noveleta mostra uma face distinta de homem público.
Ou pelo menos tenta demonstrar. Faz isso com humor e com precisão. De qualquer maneira, ainda devemos observar que não se trata absolutamente de uma demonstração de civismo apenas aqui nesse texto. Pelo contrário, trata-se da literatura apuradíssima de um dos maiores escritores do planeta. A introspecção no processo criativo assume esse conteúd
O lugar escolhido para ser de novo o centro das atenções do texto fica no estado do Espírito Santo. Entretanto, não dá para visualizar se fica ao Norte ou se fica ao Sul. A cidade escolhida é uma tal de São Magela, absolutamente fictícia. Trata-se de uma cidade pequena, daqueles pululadas pelo esquema político fervente que costuma acontecer por ocasião das eleições. Com isso, Henriques enquadra a personagem de sua criação, Nelsão, em um ritmo distinto de tudo aquilo que poderia ser mostrado num sistema político brasileiro vigente. Diante de tal expectativa, Nelson busca um começo de vida na coisa pública. Inocente em tudo que pretende e planeja, acaba por conseguir resultados bons e até mesmo surpreendentes para aquilo a que se lança. Por isso, a sua faceta de pouca promiscuidade mostra a eclosão do herói de papel, aquele tipo de cidadão que ainda não contraiu a tuberculose do poder e a sífilis da ambição desenfreada. Se está no poder, somente por uma questão de identidade com o povo que o meteu no posto de vereador.
Essa novela é um contrastante com toda obra de natureza política que o escritor escreveu. Num país como o Brasil, tomado de assalto pelos distúrbios e isso acontece há muitas décadas – alguns dizem que por séculos -, esse tipo de assunto é um motivo para se suspeitar da cidadania altamente despertada na mente e no desenvolvimento do escritor. Não poderia ser de outra maneira, já que todos os pensadores são altamente influenciados por esse meio ambiente doador de informações esdrúxulas e cheias de desconfiança. Sendo assim, ocupa o novelista o papel daquele que deve passar as tais informações ao futuro, mesmo que seja sob a forma de ficção. Esses volumes que tratam de política são profundamente imiscuídos com a realidade que se vive nesse mundo de depreciações e injúrias. Como acontece em A Tragédia Humana, grande romance em 9 volumes bem estabelecidos, a pequena novela As Lágrimas dos Santos demonstra como acontece o envolvimento humano com a cobiça despertada pelo Poder. Enquanto no grande romance tudo é desvario e perda de valor e dignidade, a noveleta mostra uma face distinta de homem público.
Ou pelo menos tenta demonstrar. Faz isso com humor e com precisão. De qualquer maneira, ainda devemos observar que não se trata absolutamente de uma demonstração de civismo apenas aqui nesse texto. Pelo contrário, trata-se da literatura apuradíssima de um dos maiores escritores do planeta. A introspecção no processo criativo assume esse conteúd
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): José Humberto da Silva Henriques
- ASIN: B09H688M93
- Idioma: Português
- Tamanho: 4048 KB
- Nº de Páginas: 157
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro As Lágrimas dos Santos, escrito por José Humberto da Silva Henriques. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.