As Cores do crepúsculo: A estética do envelhecer
Por Rubem Alves E foi assim que começou o meu “caso de amor” com a velhice, com o rigor de um silogismo. Primeira premissa: eu sou velho; o gesto da moça do metrô o atesta. Segunda premissa: a velhice é a tarde imóvel, banhada por uma luz antiquíssima; a metáfora poética assim o declara. Terceira premissa: essa tarde imóvel me encanta, é bela. Conclusão: a velhice é bela como a tarde imóvel. Essa imagem me trouxe grande alegria. Ela dava conteúdo sensível àquilo que eu estava sentindo. (…) Eu podia então falar sobre a velhice falando sobre o crepúsculo. (…) O crepúsculo é o dia chegando ao fim. O tempo se acelera: como se transformam rápidas as cores das nuvens, no seu mergulho na noite! E, paradoxalmente, o tempo fica imóvel, paralisado num momento eterno. Por isso que o crepúsculo é um momento sagrado, de oração, quando o eterno se oferece a nós numa taça efêmera. Por isso cessa o trabalho. É momento de oração: angelus. Somente os sentidos atentos, em contemplação… – Papirus Editora
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Rubem Alves
- ASIN: B07L9K14BS
- Editora: Papirus
- Idioma: Português
- Tamanho: 1214 KB
- Nº de Páginas: 148
- Categoria: Literatura e Ficção
Amostra Grátis do Livro
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