Anamnese

Uma instigante, macabra e envolvente história de vingança com reviravoltas surpreendentes até a última página. A personagem que narra os acontecimentos pretende se matar ao final do relato, mas até chegar a esse momento, permite se levar pelos emaranhados da memória com o objetivo de deixar a sua versão dos fatos. Com um estilo sarcástico, que às vezes chega a ser cruel, a trama se desenrola entre a realidade e a fantasia, no limite da sanidade e a da loucura.

Os manuscritos estavam em uma pequena caixa de madeira ao lado do que parecia ser fragmentos de ossos humanos.
Um jornalista, de má vontade.

Ao lado da caixa com os manuscritos, a polícia encontrou uma pistola muito antiga, além de um projétil alojado dentro dos restos de um possível crânio.
Uma jornalista, com menos má vontade que o anterior.

A fazenda e, principalmente, o local onde se ergue o sobrado estão envolvidas em muitas histórias assustadoras que remontam ao século XIX; talvez por isso ela nunca tenha sido invadida e ninguém tenha aparecido para lhe reclamar a posse.
Um jornalista sensacionalista.

Os capítulos foram divididos por um traço, e eu os numerei, para facilitar a leitura. Ah, e como o livro não tinha título, o nomeei de “Confissões”.
A funcionária da editora.

Em um primeiro momento, batizaram a obra de “Confissões”, um ultraje a Santo Agostinho. Mandei que colocassem outro título.
O dono da editora — muito católico!

É de uma enorme pobreza literária, mas, como documento histórico, os manuscritos revelam muito.
Um historiador medíocre que se acha um premiado literato.

É difícil entender como alguém conseguiu ser tão irônico e sarcástico ao escrever suas últimas palavras.
Uma jovem em uma rede social.

Eu era criança e fui naquele julgamento com a minha mãe. É tudo verdade! Ele era um monstro!
Um idoso que pediu anonimato.

Sejamos francos, o autor tinha sérios transtornos mentais. Isso é visível ao ler a obra! Eu fico entre a psicopatia e a esquizofrenia.
Um médico e seus prognósticos.