Agora é Tarde: Inês é Morta

Agora é tarde: Inês é morta é, acima de tudo, uma história de muito amor que será exposta sem segredos a você, do final da faculdade dos protagonistas à maturidade da fase adulta.
Caso não seja o primeiro livro que leia do autor, alerto que a ação não acontecerá através de assassinato, jogos de Estado ou confronto de adversários, não espere por isso, mas, acredite, trata-se de uma história tão intensa como as demais. A fala, o pensamento e os atos, mesmo que não de natureza criminal ou política, podem ter mais força que a violência física e ser tão impressionantes quanto.
A escrita flui com notável facilidade e, pelo menos no começo, tem como objetivo familiarizá-lo e criar empatia pelos quatro personagens principais. Não obstante, quem conhece as tramas do Rostirolla, sabe que a sensação que este início traz de “mar calmo e céu azul” não se manteria inalterada. Conforme o entrosamento se estabelece e se desenvolve, algumas decisões imaturas, e que, numa primeira análise, também pareciam inofensivas, tomam corpo e alcançam os protagonistas para acender e estimular diferentes emoções. São elas que, ao alterarem o comportamento dos envolvidos, farão você manter-se vidrado no enredo e se admirar com as viradas que ele traz.
Convido-o a conhecer um amor de pessoas extraordinárias nascer, florescer e como elas lidam, quando as estruturas de cumplicidade e confiança são abaladas. Como podem ver em Vizinhos no cativeiro e Sob o meu comando, a história se desenrolará a uma velocidade surpreendente, e a capacidade reflexiva do autor proporcionará que a trajetória de Mateus e Inês mexa profundamente com você.
Ainda, o mais inquietante e surpreendente ao avaliar a obra é perceber que, apesar dos eventos extraordinários que acontecem nela, os erros e acertos são corriqueiros e comuns a todos nós, o que faz concluir que os frutos e as consequências que os personagens colhem poderiam muito bem acontecer com você.