ADOÇÃO: De Repente Mãe

Este livro dá continuidade à parte da minha história de vida contada no livro “RESPIRANDO SONHOS: A História do Meu “Pequeno” Milagre”. Nele, eu conto que sou portadora de Fibrose Cística e que recebi indicação de transplante pulmonar em 2005, mas optei por não fazer o procedimento. No referido livro, eu explico as razões de eu ter feito essa opção.
Mesmo não tendo feito o transplante, para a surpresa da medicina, continuo viva até hoje e com meu quadro clínico estabilizado, apesar de não ter apresentado nenhuma melhora nos exames solicitados pelos médicos periodicamente.
Apesar dos limites físicos que essa doença me impõe, ela nunca foi capaz de limitar os meus sonhos e eu realizei muitos deles.
No aspecto pessoal, eu sonhava em me casar e ser mãe. O sonho do casamento foi mais fácil de concretizar: casei-me em setembro de 2012. No entanto, a princípio, ser mãe seria algo impossível de se realizar devido à minha péssima função pulmonar. O risco de morte na gravidez seria de praticamente 100% devido ao alto grau de comprometimento dos meus pulmões.
Acontece que, embora eu não tivesse o desejo de adotar uma criança, ser mãe vai muito além de gerar um filho e vê-lo crescer na própria barriga. Portanto, o processo gestacional não é condição imprescindível para que se seja mãe.
Da mesma forma que eu queria ser mãe com todas as minhas forças, minhas filhas estavam num abrigo esperando ansiosamente encontrar um pai e uma mãe. Portanto, elas realizaram o meu sonho e eu, juntamente com o meu marido, realizei o sonho delas.
Nesse livro, eu conto como essa adoção aconteceu, as dificuldades que enfrentamos nesse processo e a superação de boa parte dos problemas que foram se apresentando.
Adotamos duas lindas meninas, irmãs biológicas, que tinham, aproximadamente, dois e quatro anos de idade na época. Hoje (2019), a mais nova está com quatro anos de idade e a mais velha com seis anos.
Só lhe adianto uma coisa, meu caro leitor, o sonho de ser mãe é uma coisa e a realidade é outra bem diferente. Apesar das minhas limitações físicas, eu nunca imaginei que ser mãe pudesse ser algo tão difícil para mim. Ainda bem que o amor que recebo em troca paga qualquer sacrifício. Sem dúvida, esta é a maior missão que Deus me deu: “Adoção: De repente mãe!”