A vida é sonho

A ideia nasceu de uma experiência pessoal: o garimpo de livros usados, as conversas sobre essa obras, todo o universo dos livros, em suma. Sendo a ideia homenagear esse universo interior do leitor, a meta-linguagem é quase inevitável – um leitor fictício refletindo sobre as possibilidades da literatura. Essa jornada interna é ilustrada na conexão do personagem – sem nome – com as figuras que surgem das páginas dos livros. Sendo a mais relevante delas Dom Quixote, talvez o arquétipo máximo do sonhador. Outra abordagem que a história segue, é a da relação dos livros, da literatura e da arte em geral com os sonhos. Os sonhos como artifício de criação; e nesse quesito, Dom Quixote é a maior referência. Dessa forma, há um paralelo entre o fidalgo de La Mancha e o protagonista – não apenas por se tratar de um idealista, um “sonhador”, mas por serem personagens que criam sua realidade e sua identidade a partir do sonho. O personagem explora em sua jornada uma transformação do olhar sobre a arte da palavra, da narrativa e da fabulação de histórias, incorporando isso em sua vida.