A Última Cotovia do Condado
Por José Humberto da Silva Henriques Mais uma surpresa dentro da obra de Humberto Henriques. Esse livro vai muito além da simples condição de uma explicação para a criação literária. De uma maneira rápida, segundo minha concepção de memórias esparsas, deveria ser comparado a Páramo, de Guimarães Rosa. O conto Páramo. E se deve ser comprado a esse Páramo de Rosa, seria também jogado à aliteração de Pedro Páramo, de Juan Rulfo. Não se trata de uma comparação de ordem literária em sua apresentação simplória. Trata-se mais uma vez de considerar a banda etérea desse livro, como se houvesse entre ele e o processo de criação uma dimensão muito difícil de ser explicada com palavras e termos pragmáticos. Aqui o entrecho é todo elaborado com uma marcha distinta das personagens, sugerindo sempre que estão a dois palmos acima do chão, a dois passos de lugar nenhum e a três passos de um regime de existência anterior. Portanto, o livro escorrega do esquema e estilo anterior do romancista e entre nessa seara de outra cor. É um livro relativamente pequeno em termos de volume quando comparado aos megaromances que Henriques publicou ao longo dos últimos anos. Falar de A Última Cotovia do Condado é uma tarefa perigosa e de difícil controle.
Obra excêntrica, volumosa, introspectiva, trabalhada com esmero de artífice. O autor faz questão e manter o fio de uma meada delicadíssima e tudo que acontece no livro, em sua trama, o que envolve a discriminação e a individualidade de cada criatura que caminha por estas páginas é sempre ativado por um perfeccionista abstrato. Sempre estribado em conceitos como esse, do Páramo, de Rosa. Quando se faz um estudo mais detalhado dessas páginas, o livro precisa ser considerado como um membro desse conjunto de livros cuja trama se passa toda na Europa. A Europa em seu Leste, região escolhida pelo autor para a ampliação de seus romances. É o caso, por exemplo, de Hajdú e o grande Ensaio sobre o Exílio. O que acontece é exatamente esse epifenômeno de busca de uma identificação sumária do mundo fora dele mesmo. A esse explicar melhor, a tentativa de ir além da dimensão mais imediata, aquele que faz vigília sobre a superfície da terra. Esses livros se suplantam em si mesmos e parecem ir em busca de uma identificação quântica majoritária. Por isso, em virtude dessa ideia de leveza e levitação, o olho do autor, um olho latino e muito tropical, deixa Goiás e voa sobre a imensidão de outro universo.
Filigrana. Esse livro, A Última Cotovia do Condado, tem como cenário Portugal. Humberto Henriques, como diz seu próprio patronímico, tem sua ascendência em estirpe portuguesa. Embora uma parte desse sangue seja italiano, o fator ibérico nele fala muito mais alto. Ou grita do mesmo modo, a ombrear-se com esse mundo complexo que o escritor carrega sobre o dorso, essa busca constante por novas línguas e expressões, o estudo multifacetado de idiomas variados. Acreditamos que em uma de suas viagens a Portugal, em momentos de certa abstração, Humberto Henriques encontrou a especificação de um mundo que lhe pareceu bastante familiar em muitos sentidos. A incorporação desse mundo ao estado latente de uma inteligência exemplar, a reiteração da Península Ibérica como complementação de cada ação e passos que s personagens são capazes de efetuar, o engendramento de uma história com personalidade absurda, todos esses fatores somados fazem de A Última Cotovia do Condado um livro de alvitre exemplar. Diante dessas informações, s sugestão que fica é que um compendio assim deveria ser analisado à parte, sempre entendendo que os outros romances têm suas particularidades inerentes a uma criação numerosa e que teria características diversas.
As descrições em A Última Cotovia do Condado são plurais, dão a impressão de uma vida vivida eternamente nesse país. Um mundo que se abre com constância e alguma latência. A dizer-se de outra modo, os contrapontos e contrassensos nesse livro são inumeráveis. Personagem está presente ali, vive naquele mundo e o respira, porém, pode es
Obra excêntrica, volumosa, introspectiva, trabalhada com esmero de artífice. O autor faz questão e manter o fio de uma meada delicadíssima e tudo que acontece no livro, em sua trama, o que envolve a discriminação e a individualidade de cada criatura que caminha por estas páginas é sempre ativado por um perfeccionista abstrato. Sempre estribado em conceitos como esse, do Páramo, de Rosa. Quando se faz um estudo mais detalhado dessas páginas, o livro precisa ser considerado como um membro desse conjunto de livros cuja trama se passa toda na Europa. A Europa em seu Leste, região escolhida pelo autor para a ampliação de seus romances. É o caso, por exemplo, de Hajdú e o grande Ensaio sobre o Exílio. O que acontece é exatamente esse epifenômeno de busca de uma identificação sumária do mundo fora dele mesmo. A esse explicar melhor, a tentativa de ir além da dimensão mais imediata, aquele que faz vigília sobre a superfície da terra. Esses livros se suplantam em si mesmos e parecem ir em busca de uma identificação quântica majoritária. Por isso, em virtude dessa ideia de leveza e levitação, o olho do autor, um olho latino e muito tropical, deixa Goiás e voa sobre a imensidão de outro universo.
Filigrana. Esse livro, A Última Cotovia do Condado, tem como cenário Portugal. Humberto Henriques, como diz seu próprio patronímico, tem sua ascendência em estirpe portuguesa. Embora uma parte desse sangue seja italiano, o fator ibérico nele fala muito mais alto. Ou grita do mesmo modo, a ombrear-se com esse mundo complexo que o escritor carrega sobre o dorso, essa busca constante por novas línguas e expressões, o estudo multifacetado de idiomas variados. Acreditamos que em uma de suas viagens a Portugal, em momentos de certa abstração, Humberto Henriques encontrou a especificação de um mundo que lhe pareceu bastante familiar em muitos sentidos. A incorporação desse mundo ao estado latente de uma inteligência exemplar, a reiteração da Península Ibérica como complementação de cada ação e passos que s personagens são capazes de efetuar, o engendramento de uma história com personalidade absurda, todos esses fatores somados fazem de A Última Cotovia do Condado um livro de alvitre exemplar. Diante dessas informações, s sugestão que fica é que um compendio assim deveria ser analisado à parte, sempre entendendo que os outros romances têm suas particularidades inerentes a uma criação numerosa e que teria características diversas.
As descrições em A Última Cotovia do Condado são plurais, dão a impressão de uma vida vivida eternamente nesse país. Um mundo que se abre com constância e alguma latência. A dizer-se de outra modo, os contrapontos e contrassensos nesse livro são inumeráveis. Personagem está presente ali, vive naquele mundo e o respira, porém, pode es
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): José Humberto da Silva Henriques
- ASIN: B01LY0Q7XT
- Idioma: Português
- Tamanho: 1092 KB
- Nº de Páginas: 199
- Categoria: Literatura e Ficção
Amostra Grátis do Livro
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