A Trajetória de Elisabeth

Alguns trechos:

“Lembro-me que em uma ocasião, alguns agentes nazistas invadiram nossa casa e retiraram todos os crucifixos e quadros religiosos que tínhamos e um deles disse:
– Vocês deve se ocupar mais com a doutrina do “Führer”, em vez de ficarem se ocupando com estas bobagens.”

“Um sofrimento horrível!!
As pessoas que chegavam a morrer dentro do vagão, eram lançadas ao longo dos trilhos cheios de neve. A esperança era de que alguém as encontrasse e as enterrasse dentro dos nosso padrões cristãos. Seus familiares e amigos se desesperavam, mas nada diferente poderia ser feito. Era a única solução.”

“Quando já estávamos quase no final, aproximadamente cem metros de distancia do rio que fazia a divisa, pressenti que estava sendo observada. Parei e devagar olhei para traz e o medo tomou conta de mim. Vi um soldado russo a uns poucos metros, com uma enorme arma na mão. De repente, do meio das trevas, apareceu outro. Que susto!”

“Quando me apresentei, fui recebida grosseiramente por agentes da alfandega da DDR. Enquanto pegavam a minha bagagem para inspecionar, apresentei meus documentos. Um agente com um formulário na mão, tomou alguns dados que constavam nos meus documentos e começou a me questionar. Solicitou que eu informasse os endereços e as datas de chegada e saída de todos os locais que eu iria permanecer. A maneira de como ele se conduzia a mim, me dava medo. Eu comecei a ficar com tremedeira, gaguejava e me atrapalhava, enquanto dava as informações, que ele tinha pedido.”