É seu próprio chefe, construiu o seu próprio império e manda em tudo, absolutamente tudo. Ele tem muito dinheiro, sua riqueza é surpreendente e ele faz questão de destacar isso.
Ele faz, é preciso fazê-lo.Principalmente para o seu pai, o homem que ensinou a ele o que é o ódio.
Santiago odeia o seu genitor de uma maneira que não consegue descrever. O sentimento é um furor diário e a mera menção sobre seu pai pode fazê-lo explodir.
O rancor é corrosivo e amargo, então não é possível perdoar o jeito que era maltratado na infância ao invés de ser amado. Perdoar a forma como os atos do pai eram encobertos pela mãe. É incabível considerar o perdão porque também sabe que é impossível se esquecer de tudo.
Logo,
sim, Santiago está bem com isso. Em manter esse sentimento áspero que se tornou parte dele diariamente, e não se importa. Nada importa, que não o cuidado com suas riquezas, o medo de ser roubado e que mexam no que é dele. Só não estava em seus planos que alguém o questionaria a respeito, o fazendo pensar além das profundezas.Celeste, sua empregada, não sabe da situação delicada que é para ele falar a respeito desse assunto, mas ela quer entendê-lo.
A insistência dela em contraste com o aço da proteção que ele impôs em si mesmo pode resultar em algo que não dor? Santiago não contava que Celeste fosse entendê-lo e isso porque passa por uma situação semelhante. Ou pior. “— Eu acho que é um extremo, sabe? — digo. — O meu pai não é o maior exemplo do mundo, mas supondo que ele esteja prestes a morrer e peça o meu perdão, eu vou perdoá-lo.— Vai perdoar apenas porque ele está morrendo.
Não é uma pergunta e sim uma análise.
— Sim, mas iria — afirmo. — Seria pela paz em sua morte e para a minha paz em vida.
Ele balança a cabeça. Não está de acordo.
— Acho que seria muito fácil se arrepender só no leito de morte pelo medo de ir para o inferno — seus olhos se voltam para mim, certeiros e ainda vazios. — Isso seria só mais um motivo para eu não perdoar o meu honorável pai.
— Você quer que ele vá para o inferno? — disparo.
— Foi o que ele fez da minha vida: um inferno.
Meus olhos se arregalam.
— Isso é cruel — despejo. — Só queria dizer que não vale a pena se vingar de quem considera a sua existência insignificante.
— A minha existência não é insignificante — ele ralha, me olhando como se eu tivesse duas cabeças.
— Não, não é — impensavelmente, eu ergo minha mão do colo e levo até sua, cobrindo-a como consigo. — Mas para o seu pai, você é um filho. A sua mágoa, a sua dor, são insignificantes, porque ele está acima de você como pai.
Santiago me encara e estuda, parecendo fechar mais o semblante a cada segundo. Sua mão treme sob a minha, até que ele a puxa, desfazendo o contato.
Então sim ele se levanta, me fazendo morder o lábio.
— Estou indo dormir — ele avisa, deixando a cozinha pela porta lateral.
Decido ficar mais um tempo na cozinha, para desfrutar dos meus últimos momentos desse lugar esplêndido.
Porque algo é certo: a minha demissão.” À Sombra do Amor é o Livro 2 da Série Os Irreverentes.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Nathalia Marvin
- ASIN: B09SY98K9V
- Idioma: Português
- Tamanho: 2039 KB
- Nº de Páginas: 291
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro À sombra do amor: Os Irreverentes Livro 2, escrito por Nathalia Marvin. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.