Um romance como esse não poderia ficar fora de toda iconografia de uma literatura qualquer. Livro espesso, escrito com fôlego de romancista pertinaz. A Serpente e o Gavião é um livro que reúne todos os sentimentos humanos numa grande decoada de espectros e aventuras. Todas suas personagens são emblemáticas e de carne e osso, como aconteceria na boa literatura realista de outro século. Ainda assim, é romance moderno, de lavra nada contumaz – ao que se pensaria ao analisar-se um mundo ficcional amplo.
Esse romance forma um bloco homogêneo de um a saga espetacular. Trata da história do negro Briguel, provavelmente da vida de Baltazar Inês, o famoso Beijo, da região de Brejo Bonito e Cruzeiro da Fortaleza. Esse heterônimo, o Briguel, foi retirado dos circos mambembes que circulavam pelo interior do Brasil na década de 1960. Na verdade, muito devidamente lembrado do fantoche Briguela e o Vampiro da Meia-Noite. Isso é coisa que ficou fundamente gravada na memória do autor e a isso ele recorre sempre quando vai incluir uma nova personagem em seus romances. A supressão da vogal a não deixa de ser um detalhe ínfimo na conclusão da nomenclatura do negro Briguel.
Embora não seja um livro de descrição linear, o enredo vai e volta no tempo, como mesmo costuma acontecer em todos os romances – e mesmo nas novelas e contos – do autor, a identificação de Briguel dentro da sua infância é clara. Na família paternalista e autoritária onde foi nascido e criado, a sua vida é demonstrada de maneira realista. Nada destoa. As personagens que compõem a trama são conhecidos antigos na região de Cruzeiro da Fortaleza, tomados todos de uma mesma família de gente progressista.
O que chama bastante a atenção nesse entrecho todo é que o romance acontece na cidade de Cruzeiro da Fortaleza, lugar de confronto político assíduo entre as partes. Brejo Bonito é o adversário imediato e único. Distrito do Cruzeiro, Brejo Bonito está sob olhos e administração direta do avô do autor. Henriques cresceu a observar estas querelas que nunca tinha fim. PSD e ARENA. Eram os partidos vigentes na época da chamada Era Militar do Brasil. Então, essas rixas grandes eram sempre inconclusivas aos olhos do romancista. Radicado no distrito de Brejo Bonito – distrito exatamente do Cruzeiro – Henriques vê o Cruzeiro tomando tento e dominando a política local. Isso era desafio para seu avô, o tenaz Sr. Amâncio José da Silva, o grande anfitrião daquelas terras. O avô exercia mando e poder, funções diversas e sempre muito respeitadas.
O autor revela um amor incondicional ao Cruzeiro. Aquelas rixas e quizilas de tempos antigos, a relação do avô com a política matreira dos mineiros, a busca pelo poder e pelo domínio da região, nada disso parece ter contaminado a maneira do romancista ver os granes quintais do Cruzeiro da Fortaleza, nos seus tempos áureos e sossegados. Tempos em que o rio Fortaleza garantia a excelência desse nome. De fato, era uma fortaleza que corria ali nos fundos da cidade; hoje apenas um sinal de depredação e águas minguadas.
Essa relação do autor com a terra, aqui mostrada em uma versão bastante fora do texto em si – nada que ver com a conjuntura da vida do Briguel e outros personagens em cortejo dentro do romance -, apenas referenda a eficiência do prosador em não se deixar levar por um aspecto simples que envolveu a sua vida desde os mais tenros tempos. De tal sorte é assim que nada pode ser julgado mais amplo e determinado do que esta relação do homem com os circuitos de um tempo muito memorioso. A Serpente e o Gavião é livro que precisa ser conhecido. Aqui se abrem os leques e as portas da vida familiar daqueles tempos que perambulavam em torno da Revolução de 64.
Porém, não se trata de um livro político. Trata, antes disso, de um estudo profundo da alma humana. Cada personagem aqui adquire uma identidade muito peculiar. poderia mesmo ser protótipo de sua própria individualidade. por isso, isso é uma obra-prima da literatura universal.
Esse romance forma um bloco homogêneo de um a saga espetacular. Trata da história do negro Briguel, provavelmente da vida de Baltazar Inês, o famoso Beijo, da região de Brejo Bonito e Cruzeiro da Fortaleza. Esse heterônimo, o Briguel, foi retirado dos circos mambembes que circulavam pelo interior do Brasil na década de 1960. Na verdade, muito devidamente lembrado do fantoche Briguela e o Vampiro da Meia-Noite. Isso é coisa que ficou fundamente gravada na memória do autor e a isso ele recorre sempre quando vai incluir uma nova personagem em seus romances. A supressão da vogal a não deixa de ser um detalhe ínfimo na conclusão da nomenclatura do negro Briguel.
Embora não seja um livro de descrição linear, o enredo vai e volta no tempo, como mesmo costuma acontecer em todos os romances – e mesmo nas novelas e contos – do autor, a identificação de Briguel dentro da sua infância é clara. Na família paternalista e autoritária onde foi nascido e criado, a sua vida é demonstrada de maneira realista. Nada destoa. As personagens que compõem a trama são conhecidos antigos na região de Cruzeiro da Fortaleza, tomados todos de uma mesma família de gente progressista.
O que chama bastante a atenção nesse entrecho todo é que o romance acontece na cidade de Cruzeiro da Fortaleza, lugar de confronto político assíduo entre as partes. Brejo Bonito é o adversário imediato e único. Distrito do Cruzeiro, Brejo Bonito está sob olhos e administração direta do avô do autor. Henriques cresceu a observar estas querelas que nunca tinha fim. PSD e ARENA. Eram os partidos vigentes na época da chamada Era Militar do Brasil. Então, essas rixas grandes eram sempre inconclusivas aos olhos do romancista. Radicado no distrito de Brejo Bonito – distrito exatamente do Cruzeiro – Henriques vê o Cruzeiro tomando tento e dominando a política local. Isso era desafio para seu avô, o tenaz Sr. Amâncio José da Silva, o grande anfitrião daquelas terras. O avô exercia mando e poder, funções diversas e sempre muito respeitadas.
O autor revela um amor incondicional ao Cruzeiro. Aquelas rixas e quizilas de tempos antigos, a relação do avô com a política matreira dos mineiros, a busca pelo poder e pelo domínio da região, nada disso parece ter contaminado a maneira do romancista ver os granes quintais do Cruzeiro da Fortaleza, nos seus tempos áureos e sossegados. Tempos em que o rio Fortaleza garantia a excelência desse nome. De fato, era uma fortaleza que corria ali nos fundos da cidade; hoje apenas um sinal de depredação e águas minguadas.
Essa relação do autor com a terra, aqui mostrada em uma versão bastante fora do texto em si – nada que ver com a conjuntura da vida do Briguel e outros personagens em cortejo dentro do romance -, apenas referenda a eficiência do prosador em não se deixar levar por um aspecto simples que envolveu a sua vida desde os mais tenros tempos. De tal sorte é assim que nada pode ser julgado mais amplo e determinado do que esta relação do homem com os circuitos de um tempo muito memorioso. A Serpente e o Gavião é livro que precisa ser conhecido. Aqui se abrem os leques e as portas da vida familiar daqueles tempos que perambulavam em torno da Revolução de 64.
Porém, não se trata de um livro político. Trata, antes disso, de um estudo profundo da alma humana. Cada personagem aqui adquire uma identidade muito peculiar. poderia mesmo ser protótipo de sua própria individualidade. por isso, isso é uma obra-prima da literatura universal.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): José Humberto da Silva Henriques
- ASIN: B01M657969
- Idioma: Português
- Tamanho: 2404 KB
- Nº de Páginas: 553
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro A Serpente e o Gavião, escrito por José Humberto da Silva Henriques. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.