A Mulher Oculta

O que são memórias? O que somos nós, senão seres compostos por aquilo que lembramos e sabemos ser? E o que nos tornamos quando estas memórias nos são retiradas ou, por algum motivo, são enterradas no fundo do nosso ser?

“A necessidade de que precisamos saber quem somos e de ter uma consciência sobre o lugar do qual viemos e sobre o lugar para onde iremos, de repente, parecia etérea. (…) O vazio de estar ou ser vazio. O vazio de se tornar vazio e cair no limbo do olvido.”

Quando Jason encontra Clarice no meio da mata, ferida e sem memórias, ele decide ajudá-la e, com o difícil apoio de seu filho, Marco, percebe que estes questionamentos são ainda mais frágeis do que nosso próprio estado no mundo. À medida em que ele auxilia Clarice a se lembrar de quem foi e o que a levou até ali, ele também começa a mergulhar na própria mente e nas memórias que, por tanto tempo, ele manteve escondidas após perder a esposa três anos antes. E tudo se complica quando ele descobre que, não muito longe dali, um crime está sendo investigado após uma família ser assassinada e o marido e esposa desaparecerem…

Em uma cidade grande próxima, um detetive é acionado para auxiliar nas investigações de um crime que aconteceu nas montanhas, cuja família foi vítima de um ataque desconhecido, mas tudo muda quando ele se envolve e aceita a ajuda de Georgia, uma desconhecida estonteante que o leva a um mundo o qual ele não conhecia e, provavelmente, nunca mais irá se esquecer.

Entre páginas de um diário, reflexões sobre as coisas das quais nos recordamos, visões de uma esposa presumidamente morta e o suspense dos crimes próximos, “A Mulher Oculta” traz uma reflexão bem profunda sobre o que são os ditos relacionamentos abusivos e o impacto que isso pode ter na vida de todos os envolvidos em tal tragédia com a percepção de que a realidade que vemos e nos recordamos varia tanto de acordo com a perspectiva quanto do ponto de vista do observador. E quando o observador muda, tudo pode mudar também.