A lua nas mãos

José é um homem comum. Vive, desfruta e possui uma vida comum, mas a gravidez de sua então namorada desperta nele o libertar do trivial (contato extraordinário de explosão com a alma) e o impede de cursar mestrado fora do país. Neste encontro enlevado com o íntimo da comodidade, a ciência se mescla à religião e a sexualidade irrompe as barreiras idílicas. O dia vira noite- sol e lua. Pés e mãos. José representa o litigioso duelo entre a realidade e o remorso.

O grande trunfo deste homem-menino é, portanto, o limiar da catarse de si mesmo. José é humanamente incapaz de lidar com o sentir, tornando as suas relações sociais verdadeiros martírios. As amizades, a família e os amores se confundem em sua jornada, todo ele é repleto de contradições e sem base de si mesmo.

Absorto pelo caos em que se tornou a realidade, José busca resposta para seus conflitos nos mais variados lugares, sentimentos e pessoas. Os seus questionamentos parecem nunca ter resposta e a angústia toma seu peito no decorrer da trama, como se espera de alguém que vive em função de seus delírios. Enxergar o outro, contudo, torna-se tarefa cada vez mais árdua, posto que sua limitação humana o impede de ir além daquilo que lhe feriu profundamente a alma.