A História Contra os Pagãos

Apesar das imprecisões e, mesmo, do estilo pouco refinado, tornou-se a mais divulgada obra de história da Idade Média, sendo continuamente reproduzida até o período Renascentista e mesmo posteriormente. Além de ser a primeira tentativa de se escrever uma história do mundo enquanto uma história de Deus guiando os destinos da humanidade, A História contra os Pagãos procura legitimar, historicamente, a superioridade do cristianismo sobre o paganismo, além das próprias ações da Igreja Católica. Menos importante que os fatos históricos, o que importava para Orósio era a suposta demonstração de como Deus conduzia a história em um evidente favorecimento aos cristãos.

Paulo Orósio (c. 375/385 – c. 420) foi Historiador e teólogo, nascido na Hispânia romana (possivelmente em Braga, atualmente Portugal) no final do século IV. Tendo entrado no sacerdócio cristão, naturalmente interessou-se pelas controvérsias religiosas de sua terra natal, e pode ter sido esta a razão pela qual foi consultar Agostinho em Hipona em 413 ou 414. Depois de permanecer por algum tempo na África como discípulo de Agostinho, foi enviado por ele em 415 à Palestina para encontrar São Jerônimo, portanto uma carta de apresentação. O propósito explícito de sua missão (à parte, é claro, daqueles de peregrinação e busca por relíquias) era o de receber mais instruções de Jerônimo sobre os pontos levantados pelos heréticos do período. Ao final de sua vida carregava consigo relíquias de santos que, supostamente, eram eficazes na conversão de judeus. E algum momento retornou ao norte da África, onde teria falecido.

Esta edição de A História contra os Pagãos, a primeira em língua portuguesa, procura reproduzir fielmente os argumentos construídos por Orósio a partir da extensa apresentação de fatos históricos que cobrem seus sete livros.