A ENGANADORA HISTÓRIA VERDADEIRA DA CONQUISTA DA NOVA ESPANHA – vol II: Barbáries sob o comando de Hernán Cortés e sua quadrilha – Um estudo da obra do cínico Bernal Díaz del Castillo.
Por Maurício L'Annoncé “Quando Cortés o ouviu, foi depressa ao palácio onde estava Montezuma, que disse: Isto, senhor, os digo que façais em todas maneiras, que os convém. Se não os matarão, e olhai que se vão as vidas” (Bernal Díaz).
Parece convincente uma história boba dessa? Montezuma iria alertá-los receando que morressem estando ali torturado por algozes? Claro que torturado para revelar as recomendações dos deuses e intenções do povo, porque bem sabiam os espanhóis o crédito que davam a suas deidades, por isto sacrificando a seu favor. No entanto o grande historiador teatrólogo teria sua versão defensora esdrúxula, para despertar risos da plateia dizendo que “fatigava-lhe aqueles dias o ‘demônio’ com horríveis ameaças, dando voz ou semelhança de voz aos ídolos para irritá-lo contra os espanhóis” (Solis).
Estes os brilhantes conquistadores e historiadores em disputa, digladiando-se sem descanso, os que enriquecem a História deste mundo debochando dos homens do futuro, que enganados os prestigiam de joelhos com um perdão incondicional, considerando as excentricidades daqueles como um costume de poucos séculos atrás. Postos no momento no grande palco cujas cortinas ora se abrem para honrar os homenageados. Preparem os convidados seus sapatos envernizados e seus smokings para a noite de gala. No entanto, caso não disponham de vestes tão apropriadas, vistam suas camisetas e bermudas e calcem seus chinelinhos, sem esquecer da cesta de troféus, ficando à escolha aplaudi-los ou ovacioná-los, de preferência com muitos ovos destinados a um bom omelete! Que não esqueçam dos pacotes de presente e dos belos laços. Encerrada a cerimônia, sejam lindamente embalados … deixando o mundo agora livre de suas fantasias funestas para os homens do futuro e as almas daquelas vítimas terem finalmente a paz em um lugar iluminado pelas verdades.
Uma conversa altamente enganadora. Por mais doce e ingênuo fosse Montezuma, ele não se prestaria a favorecê-los graciosamente. Poderia até dissimular para ver-se livre do problema, porém o que chama atenção é que pesarosos Cortés e seus capitães do mau estado do Imperador forçado a viajar com eles, que acostumado a mordomias e liberdade está ali maltratado e coagido sem descanso, vendo seu reino desmoronar. Sendo o caso de um sentimento tão humanitário, bastaria libertá-lo, vez que além dos espanhóis, ninguém mais no império o colocaria numa situação daquelas. Contudo, o cronista está convicto de conduzir seus leitores por caminhos por ele abertos, onde os bondosos cristãos receberão as benções dos céus por tanto amor ao próximo. O pesar verdadeiro era pensar que impedidos de carregar todo o tesouro de toneladas de ouro sem ter como embarcá-lo, porque destruídos os navios. Logo o profundo sentimento se transforma na imposição de arrastá-lo junto, como refém, para o passe livre e sair da cidade, assinalando que o favor pedido não passa de uma incoerência construída pelo sonso que pretende fazer alguém acreditar na mentira, mais uma vez obrigando Montezuma, como no caso do exército requisitado para atacar Cacamatzin, a arranjar operários para ajudar na construção de uma embarcação e deter os que queriam trucidá-los com razões de sobra. Eles são absurdos demais, pedem água na peneira e não querem que ela vaze.
Parece convincente uma história boba dessa? Montezuma iria alertá-los receando que morressem estando ali torturado por algozes? Claro que torturado para revelar as recomendações dos deuses e intenções do povo, porque bem sabiam os espanhóis o crédito que davam a suas deidades, por isto sacrificando a seu favor. No entanto o grande historiador teatrólogo teria sua versão defensora esdrúxula, para despertar risos da plateia dizendo que “fatigava-lhe aqueles dias o ‘demônio’ com horríveis ameaças, dando voz ou semelhança de voz aos ídolos para irritá-lo contra os espanhóis” (Solis).
Estes os brilhantes conquistadores e historiadores em disputa, digladiando-se sem descanso, os que enriquecem a História deste mundo debochando dos homens do futuro, que enganados os prestigiam de joelhos com um perdão incondicional, considerando as excentricidades daqueles como um costume de poucos séculos atrás. Postos no momento no grande palco cujas cortinas ora se abrem para honrar os homenageados. Preparem os convidados seus sapatos envernizados e seus smokings para a noite de gala. No entanto, caso não disponham de vestes tão apropriadas, vistam suas camisetas e bermudas e calcem seus chinelinhos, sem esquecer da cesta de troféus, ficando à escolha aplaudi-los ou ovacioná-los, de preferência com muitos ovos destinados a um bom omelete! Que não esqueçam dos pacotes de presente e dos belos laços. Encerrada a cerimônia, sejam lindamente embalados … deixando o mundo agora livre de suas fantasias funestas para os homens do futuro e as almas daquelas vítimas terem finalmente a paz em um lugar iluminado pelas verdades.
Uma conversa altamente enganadora. Por mais doce e ingênuo fosse Montezuma, ele não se prestaria a favorecê-los graciosamente. Poderia até dissimular para ver-se livre do problema, porém o que chama atenção é que pesarosos Cortés e seus capitães do mau estado do Imperador forçado a viajar com eles, que acostumado a mordomias e liberdade está ali maltratado e coagido sem descanso, vendo seu reino desmoronar. Sendo o caso de um sentimento tão humanitário, bastaria libertá-lo, vez que além dos espanhóis, ninguém mais no império o colocaria numa situação daquelas. Contudo, o cronista está convicto de conduzir seus leitores por caminhos por ele abertos, onde os bondosos cristãos receberão as benções dos céus por tanto amor ao próximo. O pesar verdadeiro era pensar que impedidos de carregar todo o tesouro de toneladas de ouro sem ter como embarcá-lo, porque destruídos os navios. Logo o profundo sentimento se transforma na imposição de arrastá-lo junto, como refém, para o passe livre e sair da cidade, assinalando que o favor pedido não passa de uma incoerência construída pelo sonso que pretende fazer alguém acreditar na mentira, mais uma vez obrigando Montezuma, como no caso do exército requisitado para atacar Cacamatzin, a arranjar operários para ajudar na construção de uma embarcação e deter os que queriam trucidá-los com razões de sobra. Eles são absurdos demais, pedem água na peneira e não querem que ela vaze.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Maurício L’Annoncé
- ASIN: B08QN9XPWV
- Idioma: Português
- Tamanho: 7242 KB
- Nº de Páginas: 335
- Categoria: História
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