A Difícil Arte de Ser Eficiente: Em um mundo dominado por novas tecnologias

A busca persistente por novas tecnologias, métodos e processos mais eficientes fez crescer a ideia de que máquinas conjugadas à sistemas autônomos e inteligentes podem produzir quase tudo, que a inteligência artificial pode controlar processos e sistemas complexos e que o uso massificado de impressoras e sistemas 3D pode criar qualquer coisa que possa ser projetada em um computador pessoal, e isso, está ajudando na construção de um mundo onde, pela primeira na história humana, passa a existir mais pessoas querendo efetivamente trabalhar do que atividades laborais que possam ser executadas ou que precisem de humanos de carne e osso para executá-las. Isso acontece, principalmente, porque as novas tecnologias que estão sendo criadas, destinam-se não apenas a criar novas máquinas e ferramentas para a produção e o trabalho mais eficiente, mas essencialmente, porque essas novas tecnologias pretendem dar “vida” e “alma” aos inúmeros mecanismos já existentes, através da introdução ou da interconexão destes com sistemas lógicos computadorizados e de inteligência cibernética, que procuram dar autonomia às máquinas criadas e ao processo macro, introduzindo uma “consciência” própria e limitando a necessidade de intervenção humana na operacionalização dos milhares de máquinas que podem controlar uma parte significativa do processo de produção, de planejamento, de distribuição e de gestão de qualquer organização ou governo.
Esse processo está sendo chamado de quarta revolução industrial, e trará junto com as máquinas e os maravilhosos equipamentos que “pensam, sentem e falam” um novo sistema de produção, novas formas de relacionamento, outro nível de organização, uma nova concepção de família e, muito provavelmente, um nível insuportável e intransponível de desemprego estrutural, onde muitas pessoas simplesmente não vão encontrar emprego, ou qualquer tipo de trabalho digno, por longos períodos, enquanto aqueles que quiseram permanecer competitivos, deverão ser capazes de se adaptar, de reaprender, de se disciplinar continuamente e de se conectar em redes de pessoas, e não mais de empresas, voltadas para o trabalho colaborativo, assim como os sistemas lógicos que serão criados e expandidos.