A critica de Lênin ao economicismo

Em parte de sua obra, sobretudo em “Que fazer?”, Vladimir Lênin tece críticas àquilo que chama corrente economicista. Tal corrente, inscrita nos interior do marxismo, representava, para o autor, um desvio em relação à política revolucionária. Tratava-se, segundo ele, de mais uma forma de oportunismo. O problema que Lênin enxergava no economicismo dizia respeito à forma como essa tendência concebia a relação entre as lutas econômicas da classe trabalhadora e a luta revolucionária socialista. Para ela, a revolução seria um resultado direto e automático das lutas econômicas do proletariado. Ou seja, acreditava que a revolução aconteceria de forma espontânea, com o desenvolvimento das lutas sindicais. Lênin discorda veementemente dessa tese, lançando contra ela um impiedoso ataque. O objetivo do presente trabalho é analisar o teor dessa crítica, a fim de verificar sua relevância na constituição do pensamento do autor. Nossa hipótese é a de que a teoria de Lênin, naquilo que lhe mais é peculiar – a questão organizativa -, emana diretamente da crítica ao economicismo por ele elaborada.