A CORTE DOS LIBERTINOS (Fábulas fálicas Livro 1)

TRECHO:
“No terceiro encontro fazia frio, a floresta que cercava a casa estava úmida e silenciosa, Lucan como de costume acompanhou Oscar até o aposento. Sherazade de Rimsky na vitrola, todos da corte já o esperavam e o cenário se abria em meio a uma cortina de fumaça, cheiro forte de olíbano e cera de vela, uma névoa doce e amadeirada escapava de um incensório prata e se espiralava em dedos até a altura do lustre, sob o divã, entre coberto por uma pelagem de tigre, um menino nu, sua pele de damasco refletia as chamas da lareira, ossatura perfeita, em seu rosto o verniz de uma beleza estrangeira, lábios grossos e rubros, barba feita bem rente ao queixo, nariz adunco e sobrancelhas grossas emoldurando seus olhos verdes pintados de negríssimo kajal.
– Oscar, querido, quero que conheça Ahmed. – Don Velasco disse envolto em fumaça, sempre de costas, afagando seu gato. – Nos conhecemos em uma casa de chá num mercado da Capadócia, ele é um príncipe não acha?
– Me fode. – Ahmed falou afeminado, com um forte sotaque – Me fode como nunca fodeu antes!”

SOBRE O AUTOR:
GUILHERME JUNQUEIRA é poeta, diretor de teatro e está se formando instrutor de Yoga.
Convidado para o panorama de poesia contemporânea da 26ª edição do Mix Brasil na estreia do Mix Literário sob curadoria de Alexandre Rabello e Cristina Judar o autor já participou de oficinas de criação literárias com João Silvério Trevisan e Marcelino Freire, no teatro já foi apontado pela revista Veja SP como um dos destaques da nova dramaturgia paulistana: seus livros: “Suicida Rock`n Roll (romance) editora Giostri 2010/ Intrigas Augustas (novelas) editora Maçã de vidro 2013/ Eclipse (poesia) editora Córrego 2016/ Shadowplay (poesia) ateliê Leonella 2018. “A corte dos libertinos” é sua estreia no conto erótico e esse mesmo texto também pode ser encontrado na antologia “Na Brotheragem” do escritor e jornalista Fabricio Viana

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