Com sete anos de idade eu sabia guardar segredos que eu preferia que não existissem.
Em uma pequena casa de madeira eu, meus irmãos, meus pais, tias, tios e avó materna, morávamos todos juntos dentro de um retângulo que não passava de 40 metros quadrados.
Os dias eram longos e cansativos, eu cuidava dos menores, varria a casa todos os dias. Descalça eu caminhava até a vizinha do final da rua com um latão na cabeça, ela me deixava enche-lo de água para bebermos, cozinhar o feijão e lavar os pés antes de ir para cama. A bacia de alumínio encostada no canto, vazia ou as vezes cheia da água suja que no mínimo oito crianças lavaram os pés, sentada em um banco de madeira, eu acabava dormindo em frente ao fogão que as brasas queimavam lentamente para me aquecer. Certos momentos, eu ouvia passos e barulhos estranhos, eu fechava os olhos e fingia estar dormindo, pois, a cena se repetia quase sempre. Um único homem da casa, tinha o costume de sair de um quarto e passava para o outro por curtos minutos, depois ele voltava e eu rezava a Deus, para a mulher não acordar, porque se ela sentisse a falta dele, o barulho estaria feito. Amanhã será um novo dia, talvez eu tenha sorte e ganhe alguns pães ou arroz que a empregada da vizinha deixou queimar e depois irei me encostar na parede junto com meus irmãos para nos aquecer ao Sol. Ele fica parado em nossa direção para aquecer nossa alma e esquecer a dor física das surras que levávamos, a fome, as vezes até a sede e a falta de um abraço.
Em uma pequena casa de madeira eu, meus irmãos, meus pais, tias, tios e avó materna, morávamos todos juntos dentro de um retângulo que não passava de 40 metros quadrados.
Os dias eram longos e cansativos, eu cuidava dos menores, varria a casa todos os dias. Descalça eu caminhava até a vizinha do final da rua com um latão na cabeça, ela me deixava enche-lo de água para bebermos, cozinhar o feijão e lavar os pés antes de ir para cama. A bacia de alumínio encostada no canto, vazia ou as vezes cheia da água suja que no mínimo oito crianças lavaram os pés, sentada em um banco de madeira, eu acabava dormindo em frente ao fogão que as brasas queimavam lentamente para me aquecer. Certos momentos, eu ouvia passos e barulhos estranhos, eu fechava os olhos e fingia estar dormindo, pois, a cena se repetia quase sempre. Um único homem da casa, tinha o costume de sair de um quarto e passava para o outro por curtos minutos, depois ele voltava e eu rezava a Deus, para a mulher não acordar, porque se ela sentisse a falta dele, o barulho estaria feito. Amanhã será um novo dia, talvez eu tenha sorte e ganhe alguns pães ou arroz que a empregada da vizinha deixou queimar e depois irei me encostar na parede junto com meus irmãos para nos aquecer ao Sol. Ele fica parado em nossa direção para aquecer nossa alma e esquecer a dor física das surras que levávamos, a fome, as vezes até a sede e a falta de um abraço.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Marília Andreä
- ASIN: B0949FWVZQ
- Editora: Pod
- Idioma: Português
- Tamanho: 678 KB
- Nº de Páginas: 134
- Categoria: Biografias e Histórias Reais
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro A casa da esquina, escrito por Marília Andreä. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.