A bíblia vista do espaço: Um livro de contos celestiais

Aciona-se os propulsores para lançamento em direção aos confins do universo. A nave, ejetando o material dogmático e institucional que a comprometia, enfrenta sem turbulências as cercanias nebulosas que precedem a aproximação ao seu destino.

A mais antiga manifestação do fenômeno religioso, assim como a mais recente conjuntura dos fenômenos ufológicos, aterrissaram ofuscantes no acidentado e restrito terreno da apreensão humana, sem palavras suficientemente cabíveis para sua respectiva compreensão.

A palavra, que é a chave que tranca, é a mesma que abre, que é a sentença que culpa, é a mesma que absolve, é o presídio e a liberdade. Pela palavra concede-se então um habeas corpus à hermenêutica enclausurada na cela paradigmática que a própria palavra a condenou. A subjetividade individual encontra-se livre para contemplar uma objetividade não dogmática, onde agora, o fantástico e o real assumem a mesma faceta. A mística, a sacralidade e a divindade são convidadas a pisar no solo terrestre novamente, suas vestes celestiais são despidas e despressurizadas, retornando do isolamento cósmico, voltando a respirar nossa atmosfera, mas apenas de passagem, preparando nosso próximo lançamento, nossa nova jornada no cosmos…