A BELA QUE ME FEZ FERA: Não é Preciso usar Capas ou Máscaras com quem Ama tudo em Você.

A origem do amor Se me perguntassem, eu diria que o amor não nasce, ele é descoberto; e a descoberta tem o peso de uma revelação que reescreve a própria história. É como tropeçar numa clareira secreta da alma que sempre esteve lá, mas que exigia uma certa, e talvez perigosa, cegueira para ser notada. Antes de você, a minha existência era uma estrutura sólida, previsível, um mapa rigoroso de rotinas, metas e ambições financeiras, mas, olhando em retrospecto, era uma vida sem cor ou profundidade. Eu tinha paredes espessas em vez de janelas abertas para o mundo. O amor, para mim, era um conceito intelectual, uma peça de literatura que eu podia analisar e apreciar por sua beleza estética, mas que jamais esperei experimentar de verdade. Era uma abstração. Eu estava blindado pelo ceticismo, convencido de que a entrega emocional era uma falha de sistema, um risco que anularia todos os meus sucessos. E então, você. Você não irrompeu na minha vida como um trovão ameaçador, mas como a primeira e delicada pincelada de cor num céu que eu nem sequer havia me dado conta de que estava persistentemente cinzento. Sua chegada foi a desestabilização da minha lógica, transformando anos de defesa racional em uma única e avassaladora certeza: era para isso que a vida estava me preparando. Eu não a procurei; o amor me encontrou no exato momento em que eu estava mais distraído, mais focado em provar minha autossuficiência. Desde aquele primeiro instante, houve uma força gravitacional irrefreável. Eu soube, com a frieza de um teorema matemático e a paixão de um poema épico, que a minha vida anterior se tornara irrelevante. A minha linha do tempo foi dividida em “Antes de Você” e “Com Você”, e a primeira parte se tornou apenas o rascunho tedioso da obra que finalmente começava a ser escrita. O amor, eu descobri, é menos sobre o outro e mais sobre o espelho que ele coloca na sua frente, revelando quem você realmente é, desarmado e pronto para a queda.