21 ANOS DE ANSIEDADE: Coincidentemente escrito por uma menina de 21 anos

Ter ansiedade é ter medo de viver. Ter depressão é ter medo. São vergonhas infindáveis e pânicos incontrolados. São diagnósticos que não fazem sentido porque não correspondem com a dor. Você tem certeza que é algo físico, o peito dói, as pernas tremem, você sua e tem enxaquecas maiores do que a escala Richter não supera. TOC, pânico, bipolaridade, histeria e agorafobia – e como diz a música, o pulso ainda pulsa.
Para nós, existem um abismo entre o que sentimentos e a realidade; e ninguém, absolutamente ninguém é capaz de entender pelo que passamos todos os dias. As linhas que não parecem retas o suficiente, o chuveiro que parece ter buracos de ar, o café que pode estar com alguma enzima fatal. O desespero não pode ser dimensionado, portanto, nunca diminuído.
Há um grande problema em esconder a tristeza, em fingir que está tudo bem. Existe uma pressão social muito grande em cima do indivíduo para que ele seja bem sucedido, se case, tenha filhos e sorria.
Acredito que não há como entender o que se passa na cabeça de um ansioso sem entrar nela, porque nem ao menos eu entendia. E eu sempre sofri de ansiedade sem saber. Era algo que não tinha nome. Esse livro é uma viagem dentro da minha mente, da minha vida.
Por questões de instabilidade mental, como dito no filme “Geração Prozac”, “a maioria das pessoas se cortam e colocam band-aid e continuam em frente. E eu continuo sangrando”. Daqui pra frente você lerá páginas de 8 ou 80, de amor ou morte, de demônios ou anjos. Mas felizmente, essa história não acaba triste. Ela não acaba. Continua sendo ansiosa, continua sendo escrita, um milhão de vezes por dia. No banho, na mesa do almoço, no carro, no semáforo, na academia, na banca de pastel. Nunca para.