“A Rã e o Boi” – Monteiro Lobato
A Rã e o Boi
Tomavam sol à beira dum brejo uma rã e uma saracura. Nisto chegou um boi, que vinha para o bebedouro.
– Quer ver — disse a rã — como fico do tamanho deste animal?
– Impossível, rãzinha. Cada qual como Deus o fez.
– Pois olha lá! — retorquiu a rã estufando-se toda. Não estou “quase” igual a ele?
– Capaz! Falta muito amiga.
A rã estufou-se mais um bocado.
– E agora?
– Longe ainda!…
A rã faz novo esforço.
– E agora?
– Que esperança!…
A rã, concentrando todas as forças, engoliu mais ar e foi-se estufando, estufando, até que PLAF! Rebentou como um balãozinho de elástico.
O boi que tinha acabado de beber lançou um olhar de filósofo sobre a rã moribunda e disse:
– Quem nasce para dez réis não chega a vintém.
Tomavam sol à beira dum brejo uma rã e uma saracura. Nisto chegou um boi, que vinha para o bebedouro.
– Quer ver — disse a rã — como fico do tamanho deste animal?
– Impossível, rãzinha. Cada qual como Deus o fez.
– Pois olha lá! — retorquiu a rã estufando-se toda. Não estou “quase” igual a ele?
– Capaz! Falta muito amiga.
A rã estufou-se mais um bocado.
– E agora?
– Longe ainda!…
A rã faz novo esforço.
– E agora?
– Que esperança!…
A rã, concentrando todas as forças, engoliu mais ar e foi-se estufando, estufando, até que PLAF! Rebentou como um balãozinho de elástico.
O boi que tinha acabado de beber lançou um olhar de filósofo sobre a rã moribunda e disse:
– Quem nasce para dez réis não chega a vintém.
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